quinta-feira, 30 de abril de 2015

TertúliaView: "Viagem ao Planeta Proibido" (The Angry Red Planet, 1959) de Ib Melchior.

É vermelho... É desconhecido... É do mal... QUEM? QUEM? QUEM? É a maldita União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS)... "Mas como ele conseguiu ter essa fama de ser tão do mal assim?" Por diversos meios, um deles foi o cinema e é exatamente disso que a gente gosta de falar! Então, BORA TERTULIAR!

"Viagem ao Planeta Proibido" (The Angry Red Planet, 1959) de Ib Melchior.


Para falar de um filme sempre é GENIAL inseri-lo dentro de seu contexto histórico, pois assim compreendemos muito melhor suas intenções, seu enredo e sua conclusão... SACA SÓ! Durante a década de 1950, após a Segunda Guerra Mundial, tivemos um período considerado como um dos mais tensos da nossa existência, chamado de Guerra Fria, pois uma guerra bélica efetivamente nunca aconteceu, mas o medo e as especulações eram gigantescas... Os Estados Unidos rivalizava o poderio mundial com a União Soviética e tal hostilidade poderia desencadear a Guerra mais destruidora da face da Terra


Deste modo, cada pequena conquista era motivo de orgulho de superioridade para algum dos lados. Na disputa espacial a URSS lança ao espaço o primeiro ser vivo, a cachorra Laika em 1957; o governo estadunidense para coibir iniciativas comunistas no país implantando o chamado Macartismo; cria-se a OTAN para a segurança militar ocidental, assim como o Pacto de Varsóvia para o lado soviético... Enfim, diversos detalhes que fizeram desse período um intenso misto de medo e ufanismo.

E ai.... Bora conquistar o espaço?
Como sempre falamos aqui, CINEMA É REFLEXO DA VIDA, então teremos muitos filmes abordando esse delicado contexto histórico, assim filmes como "Invasores de Marte" (1953), "Guerra dos Mundos" (1953) e "Vampiros de Almas" (1956) são um reflexo disso tudo. Os Estados Unidos precisavam cada vez mais de mecanismo de difusão do anti comunismo e o cinema "caiu do céu" para realizar tal tarefa, difundindo a ideologia de medo para com o desconhecido, deste modo o Alien metaforicamente era um Comunista! 

VERMELHO É DO MAL! VERMELHO É DO MAL! VERMELHO É DO MAL!
Mas aqui a temática não é a chegada dos vermelhinhos (COMUNISTAS???) na Terra, mas sim o oposto: nossa ida ao desconhecido planeta chamado Marte. O filme conta com uma "inovadora" tecnologia: o chamado CineMagic, que não é nada mais que uma filmagem com o filtro vermelho... "Mas é a magia do cinema...!" Dando a sensação muitas vezes de estar chapado de tanta vermelhidão... QUE PORRA É AQUELA???

VERMELHO É DO MAL! VERMELHO É DO MAL! VERMELHO É DO MAL!
Mas a pira é a seguinte: Quatro especialistas são enviados à Marte para pesquisar vida inteligente, mas nem  tudo acontece como planejado. A Dr. Iris (Naura Hayden), sempre tem que ter uma mulher insegura que precisa ser salva pelo macho alfa do role... E tal macho é o que num falta, temos o caipira/garanhão/tio de bar/peito cabeludo à mostra, o Cel. Thomas O'Bannion (Gerald Mohr); temos o metido a intelectual o Prof. Theodore Gettell (Les Tremayne); e por fim temos Sam Jacobs (Jack Kruschen), que teoricamente seria o cara que manja de eletrônica, mas fica somente no papel do gordinho engraçado! Assim o filme vai se desenvolvendo, com piadinhas toscas de Jacobs e cantadas ainda piores de O'Bannion para cima de Iris, mas com algo importante, o Prof. Gettell a todo momento afirma que se sente vigiado e controlado por algo que ele mesmo não consegue explicar. 

Altos xavecos machistas à bordo hein...
The comunism is watching me...
"A mina pirou no meu peitoral cabeludo hein..."
Mas no meio desse trashera B da década de 1950 podemos perceber como o temido planeta Marte pode ser uma grande analogia a também temida URSS, afinal os dois possuem a questão do vermelho muito presente (Até dói nos zóio!) tornando essa assimilação muito mais precisa. Vemos assim que a fala de Gettell se sentindo controlado naquele território seria um critica a URSS e sua ditadura do proletariado que limitava liberdades de sua população. E os monstros, o desconhecido, o medo dos personagens do filme não seriam muito diferente das sensações que muitos americanos sentiam perante ao Império Soviético.

Um comunist... quer dizer, marciano!
Assim seu final, em que entendemos tudo o que aconteceu, ouvimos a tão esperada mensagem dos soviét... quer dizer, marcianos descobrimos o seguinte: os marcianos são fodas, sabem de tudo e não querem que mexamos com eles, logo meu queridx tertulianx, NÃO SEJA VERMELHO! NÃO SEJA COMUNISTA! Simples assim... Esse discursinho de bosta colou ai? Aqui também não! Mas muita gente pirou e pira nisso atualmente...

VERMELHO É DO MAL! VERMELHO É DO MAL! VERMELHO É DO MAL!
Para explorar tal sentimento de medo perante "os vermelhos", o filme adiciona cenas de perigo (leia-se ridículas) em que a tripulação corre cada vez mais risco de vida ao explorar mais esse território hostil. Primeiro Iris é atacada por uma planta bizarra, depois Gettell quase é morto pelo monstro da capa do "Walk Among Us" do The Misfits e pra finalizar tem uma gelatina gigante viva que ataca a nave. BIZARRO HEIN... 

Cena do filme...
Capa do álbum "Walk Among Us" (1982) dos Misfits.


TRAILER ORIGINAL

Historinha bizarra hein... e o pior que esse discurso conquista o mundo até hoje! Mas é com INSANIDADES que tentamos mudar o mundo, se estamos mudando ou não... veremos depois!

Quer mais INSANIDADES? Siga o Cine Tertúlia no Facebook, no Instagram e assine nosso Feed de INSANIDADES do blog!

quinta-feira, 23 de abril de 2015

TertúliaView: "O Mundo em Perigo" (Them!, 1954) de Gordon Douglas

O livro "Cinematógrafo - um olhar sobre a História" começa com uma interessante análise do historiador Marc Ferro sobre o pertencimento das imagens, isto é, uma filmagem foi realizada mas a quem pertence? Ao diretor? Ao roteirista? Ao produtor? Atualmente creditamos sempre ao diretor, mas só que muitas pessoas podem estar envolvidas na palavra final do filme... Não? O cinema teve um impulso gigantesco, quando o Estado percebeu o poder de influência e propaganda que a imagem em movimento possui. Assim muito daquilo que conhecemos de cinema não passa de uma propaganda ideológica e política... DÚVIDA? BORA TERTULIAR ENTÃO!

+ "O Mundo em Perigo" (Them!, 1954) de Gordon Douglas


Uma porção de Sinopse, por favor... "No Novo México, uma criança vaga em choque, uma loja é destruída e um cadáver está irreconhecível com ácido o bastante para matar 20 homens. Isso é o início de uma luta que atravessa o deserto e chega à Los Angeles, onde homens em menor número e, bem menos estatura, tentarão combater a horda de insetos." (by Cineplayers)


Bem... se quisermos dar um início para esse filme, podemos falar que começou aqui, no Novo México em 16 de julho de 1945. O Projeto Manhattan, criado em 1942, foi uma reunião de vários cientistas para garantir a segurança do Estados Unidos perante as "malignas" repúblicas comunistas da URSS. Esse vídeo abaixo mostra o que aconteceu na mencionada data, o primeiro teste de um dispositivo nuclear explosivo, chamado de Experiência Trinity.


O filme se passa nove anos depois desse teste e tenta especular sobre absurdas consequências disso. Começamos o filme acompanhando policiais respondendo a um chamado de socorro, mas só encontram uma pequena menina em estado de choque. Explorando mais a região, encontram um trailer destruído que não houve nenhum roubo de dinheiro (LEMBRE-SE DISSO!) e uma loja totalmente desvirada que, novamente, não houve nenhum roubo de dinheiro (LEMBRE-SE DISSO TAMBÉM!).



Mas que raios está acontecendo aqui, cacete? Se os militares não descobrem, temos que recorrer a ciência! E nesse momento conhecemos o Dr. Harold Medford (Edmund Gwenn) e sua filha a Dr. Patricia Medford (Joan Weldon). O filme continua num intenso mistério, apenas especulações são demonstradas, até que o que há de mais BIZARRO acontece!


ISSO MESMO QUE VOCÊ VIU! FORMIGAS ASSASSINAS, COMUNISTAS, ATEIAS, MUÇULMANAS, LEPROSAS E SATANISTAS! 

Não, é claro que elas não tinham todos esses adjetivos... Mas como disse no inicio, A QUEM PERTENCEM AS IMAGENS? Qual a intenção delas nesse filme? Afinal, como dizia uma professora minha, um filme é muito caro, MUITO CARO MESMO, nada é por acaso ali. BORA REFLETIR ENTÃO!



A década de 1950 para o cinema hollywoodiano foi de intensas mudanças, pois a televisão se popularizava de maneira absurda, já que era uma forma de entretenimento com um alto custo benefício. Logo o cinema teve que partir para história mais chamativas, como os épicos: "Ben-Hur" (1959), "Os Dez Mandamentos" (1956) e outros. Ou então partir para filmes assustadores (atualmente dá para dar muita risada deles) com temáticas totalmente bizarras: "A 20 Milhões de Milhas da Terra" (1957), "A Bolha" (1958) e outros, como o filme em questão. Mesmo assim não ficaram livre da influência de seus financiadores, tais como o governo dos Estado Unidos (preocupado em difundir a ideologia anti comunista) e de produtoras bastante conservadoras (preocupadas em difundir a ideologia anti comunista).



Deste modo podemos trabalhar a figura da formiga no filme, um inseto que simboliza e muito a ideia de trabalho, ou mais, o trabalho braçal, o operariado. Se ligarmos essa analogia com o principal inimigo dos Estados Unidos na época sua mente explodi! A modafoca mãe do comunismo petralha ateu muçulmano satanista, vulgo, União Soviética (ou URSS). Sim, isso mesmo! É por meio de detalhes que uma ideologia política é implantada em nossa mente.



Me lembro de ter escrito aqui no blog sobre o "Cinema Catástrofe" (Tertúlia Análise: O Cinema Catástrofe), alegando que esse tipo de cinema, que surgiu na década de 1970, se utilizava do medo para difundir perspectivas conservadoras na sociedade. Mas podemos ver que esse mecanismo já era utilizado e muito bem aqui, em "O Mundo em Perigo", assim o "maligno comunismo" não quer dinheiro (como nas imagens que pedi para você não esquecer), ele não deseja algo comprável, não há discussão com ele... Ele somente quer difundir a destruição no mundo, assim como as formigas no filme. QUE COISA NÃO?



Mesmo com esse forte teor conservador, o filme não é algo ruim, ele coloca algumas perspectivas de AUTO CRITICA. Sim, mesmo exaltando o poder estadunidense e estereotipando os soviéticos, ele critica os Estados Unidos devido sua INSANA procura por bombas atômicas e segurança, sendo totalmente irresponsável com as consequências: AS FORMIGAS ASSASSINAS, COMUNISTAS, COMEDORAS DE CRIANCINHAS... Assim pode ser que o filme deixe subentendido que a ascensão do comunismo seja em parte culpa das nações capitalistas, que realizaram diversas ações olhando somente para si e não para consequências. 


MORRA SEU MALDITO COMUNISTA!!!
Mesmo sendo muito comum nessa época os finais felizes com um horizonte belo e ensolarado, "O Mundo em Perigo" vai num caminho oposto, sim os humanos vencem as FORMIGAS ASSASSIN... (chega né?) mas não vemos um horizonte belo, vemos sim um horizonte cheios de incertezas e obscuridade, ou nas palavras do Dr. Medfor, "Quando o homem entrou na era atômica  ele abriu a porta para um novo mundo. O quê iremos encontrar nesse mundo ninguém sabe."


FIQUE COM A CENA FINAL (leia-se spoiler) E REFLITA!



Muita brisa para pouca bosta hein... Aqui é assim! Aqui é Cine Tertúlia!
Aproveite e siga nossa página no Facebook e no Instagram.
Assine nosso Feed de INSANIDADES!

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Tertúlia Indica: Gravity Falls (2012) de Alex Hirsch

  
Criador: Alex Hirsch
Direção: Josh Aoshima, Aaron Springer e Joe Pitt
Dubladores: Thiago Keplmair, Bianca Alencar, Marcelo Pissardini e Wendel Bezerra

   Para uma galera que quando criança leu a série vaga-lume e cresceu vendo filme de fantasia e ficção científica, o sobrenatural sempre é algo fascinante. Lembro de ver As Crônicas de Spiderwick com uns bons anos nas costas e achar incrível! Mas eu também gosto muito de desenhos. Mas nada disso importa! Acho que isso já está bom para chegar na indicação.

A primeira vez que vi algo relacionado a série digamos que fiquei bastante curioso

   Gravity Falls não traz novidades na animação, porém ela pode ser bem interessante na sua história. Como falou o criador, Alex Hirsch, ele se baseou na própria história de vida para criar os personagens e a o cenário. Pegando o esteriótipo de filmes, das crianças irem para acampamentos no verão (o que, parando pra pensar, não é um bom parâmetro pra usar) talvez o desenho faça mais sentido para crianças nos EUA. Mas mesmo sendo algo especifico de lá, eu ainda fico pensando naquela discussão de como hoje ficamos muito dentro de casa e não saímos de casa para explorarmos um mundo gigantesco que temos lá fora. Neste desenho esse mundo só é mais fantasioso, sobrenatural, bem aquele lance da série vaga-lume, adolescentes resolvendo assassinatos, crianças investigando casos sobrenaturais.

A cabana na floresta? Não é filme de terror, mas coisas estranhas acontecem na cabana do mistério

    Apesar de se basear na estrutura de uma aventura por episódio, uma trama maior atravessa os episódios e deixa você curioso para descobrir o que vai acontecer no fim. Se fosse para definir a série eu diria que é um Supernatural com crianças. Acho que isso não é exatamente um atrativo. A série é um Supernatural, até a 4ª temporada, com crianças. Mas além disso é sempre bom ver desenhos, ainda este que brinca com a realidade e fantasia. Se vivemos tempos de ceticismo, poderíamos nos abrir a pensar o mundo que se esconde no canto de nossos olhos, lembrarmos de como gostávamos de A história sem fim e d'Os Goonies.





Siga o Cine Tertúlia no Facebook e no Instagram
Assine nosso Feed e recebe as últimas atualizações.
ACREDITE NA GRAVATA!

quinta-feira, 9 de abril de 2015

TertúliaView: "M - O Vampiro de Düsseldorf" (M, 1931) de Fritz Lang

Se você ainda não viu esse filme só tenho a dizer: "Meça seus filmes favoritos, parça!"... Pois esse aqui é EXPLOSÃO DE MENTE GARANTIDA ou seu dinheiro de volta! É um dos primeiros filmes falados que o mundo conheceu e um dos filmes mais INSANOS que você verá na sua vida: investigação policial, comédia, drama, suspense, tribunal, questões sociais e complexidade é o que não falta nele! BORA TERTULIAR ENTÃO!

+ M - O Vampiro de Düsseldorf (M, 1931) de Fritz Lang*
* Se liga no título do filme em Portugal: "M - Matou".


Para início de conversa o filme em questão é baseado numa história real, a do assassino em série Peter Kürten, que realizou roubos, assassinatos, abusos sexuais em 1929 na cidade de Düsseldorf e assim ficou conhecido como "Vampiro de Düsseldorf", que dá título ao filme no Brasil.

Se liga nessa cena: Close num cartaz escrito "QUEM É O ASSASSINO?" aparece a sombra do mesmo! GENIAL!
É um dos grandes filmes do chamado "Expressionismo Alemão no Cinema", que tinha por pira básica expor o sentimento do autor em contato direto com o espectador.... E qual era o sentimento desses cineastas na década de 1920 e 1930? BAD MONSTRA!!! Sim, acabaram de perder a 1ª Guerra Mundial e o país estava devastado e sem perspectiva alguma de futuro, não é à toa que é um cinema marcado pelo gótico e pelo sentimento nacional. E com a campanha estadunidense contra o cinema alemão no pós-guerra, esse sentimento nacionalista dará um upgrade, pois a Alemanha investirá cada vez mais em se tornar autossuficiente em termos de produção cinematográfica, criando a maior união de empresas da Europa até então.   

Um bom exemplo de filme expressionista: "O Gabinete do Doutor Caligari" (Das Cabinet des Dr. Caligari, 1920) de Robert Wiene.
O filme começa de uma maneira muito interessante, entramos já no meio da história... O temível "vampiro de Düsseldorf" já está cometendo sua série de brutais assassinatos com crianças e a sociedade alemã está sob um forte sentimento de medo! E ai que entra a GENIALIDADE desse filme, ele consegue trabalhar com a questão das instituições sociais, de manipulação das massas e do caos de forma perfeita! Sabe aquela galera que sai por ai gritando "IMPITIMÁ", mais ou menos isso aqui, saca?

Por Bira Dantas.
Tem um tio Iluminista ai, um tal de RUSSÔ (brincadeirinha, era o Jean-Jacques Rousseau), que discutindo sobre como viver em sociedade trabalhou a ideia do "contrato social", alegando que "cada um de nós coloca sua pessoa e sua potência sob a direção suprema da vontade geral", e qual seria essa vontade geral? A ordem, combatendo o caos e permitindo que todos vivam em liberdade. Deste modo vemos no filme uma sociedade que perde seu "contrato" quanto uma assassino de crianças começa a realizar atos de extrema brutalidade... E como ela reage a isso? Ahhh rapaz! COM O CAOS! A sociedade perde seu sentido, todos passam a ter medo e a ideia da "justiça com as próprias mãos" se torna um meio para solucionar a "quebra do contrato". 

Jean-Jacques Rousseau iluminando o mundo!
Mas não é só de tensão que vive esse excelente filme, ele possui uma narrativa cheias de trocas de graus de emoção, como a construção de uma cena cômica e em seguida algo agressivo, aumentando assim a intensidade de violência apresentada. Me fazendo lembrar muito, o também de assassino em série, "O Segredo dos Seus Olhos" (El Secreto de sus Ojos, 2009) de Juan José Campanella (já tertuliado por aqui). Com isso o filme se transforma, beirando a um CSI em plena década de 1930, com intensos trabalhos policiais, não deixando liberdade alguma para o resto da sociedade... Se lembra da brisa do RUSSÔ? Que a sociedade vive em nome de uma vontade geral? Agora a vontade é a prisão do brutal assassino!


E nesse momento Lang quebra nossas pernas de maneira perfeita quando conhecemos uma outra instituição social que é ignorada por muitos, o núcleo criminoso, que devido aos intensos trabalhos policiais tem suas atividades reduzidas e assim, como uma boa instituição social que é, decide lutar pelo status quo de antes, ou como afirmar um criminoso, "Conduzimos nossos negócios como um meio de vida mas esse monstro não tem direito de viver!". Assim, se assemelhando e muito com a burocrática da polícia, decidem ir atrás do então "monstro" assassino. E deste modo o diretor cria um montagem paralela (alternância de planos que acontecem ao mesmo tempo) entre a reunião dos criminosos e os policias na busca pelo assassino, montando assim a chamada "montagem intelectual", uma combinação de imagens para transmitir uma ideia. Assim como a tal da dialética hegeliana da TESE, ANTÍTESESÍNTESE. SE LIGA NA IMAGEM!


Assim percebemos que nenhuma dessas instituições, nem a dita "do bem" e nem a dita "do mal", querem resolver o caso por preocupação social, mais sim para retornar ao status quo de antes, sem nenhuma preocupação com as crianças assassinadas. Sabe aquela pira de crise dos valores éticos? Fritz Lang já estava discutindo tudo isso aqui, RAPÁ! Mas podemos destacar uma diferença básica, a polícia se utiliza da ciência: geometria e química, algo mais racional, enquanto os criminosos, ao contrário, empregam os sentidos e o instinto, (SPOILER) tanto que é um cego que descobre quem é o assassino. (/SPOILER)


A sequência final podemos afirmar que começa um pouco antes da metade do filme, pois a partir daqui é só a INSANA caçada dos criminosos e dos policias em cima do assassino, com os dois núcleos do filme sabendo quem é ao mesmo tempo, nas GENIAIS montagem paralelas do filme! Mostrando ladrões e policiais como pessoas corruptas, egoístas e estúpidas. 


Para fechar o filme com chave de ouro, temos cenas FODÁSTICAS que só o estilo tribunal pode nos oferecer, jogando INSANOS questionamentos para nós: "o que diferencia nossa sociedade dita correta, da insanidade dos criminosos?", conhecemos os argumentos dos criminosos e percebemos que não são tão diferentes dos nossos. Conhecemos os argumentos do assassino que nos deixam sem palavras, não que o Fritz Lang cria em nós algum tipo de compaixão pelo assassino, mas nos faz pelo menos tentar entende-lo. Pois quem o julga aqui não está impune de nada!

A pira "BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO" deixa para essa tia aqui mesmo.
Para deixar sua cabecinha mais doidona podemos citar essa linda frase do livro "Cinema e Históriado historiador Marc Ferro, "os historiadores de cinema, depois de S. Kracauer, viram nesse filme uma espécie de reflexo da sociedade, em que os bandidos representam os nazistas, sendo o chefe deles, Shrenke, a representação do Fürher", assemelhando assim a "contrassociedade" criminosa com a "contrassociedade" nazista que estava se formando naquele período. E assim Ferro chama Fritz Lang de "o maior cineasta-historiador de todos os tempos". 

O historiador Marc Ferro.
Mas... Sinceramente, minha pessoa descarta a ideia de que Lang era tão foda assim que estava nos dando premonições tão claras do nazismo de Hitler. Acredito sim que ele estava mostrando um reflexo de sua sociedade, sim, algo de intenso iria surgir com a ascensão do Partido Nazista, mas nada tão óbvio assim. Mas, nas entre linhas, vemos sua denúncia, com falas como "o assassino está próximo a nós", podemos trabalhar na ideia de que o assassino seria algo ruim que estava começam a implantar seu poder de medo na Alemanha; e trabalhando o perigo de como uma massa amedrontada pode realizar atos perigosos (como culpar um pobre velhinho em determinada cena do filme), indica que algo está crescendo na Alemanha que pode manipular seu povo e indicar inimigos inocentes. 


Segundo dizem as curiosidades do cinema, Fritz Lang, como era judeu, nunca curtiu muito o Partido Nazista, por razões óbvias. Já sua esposa, roteirista, Thea von Harbou, era membra ativa do Partido. Depois de sucessos como "Metropolis" (1927) e "M" (1931) foi convidado por Joseph Goebbels, ministro de propaganda nazista, para fazer parte desse "novo mundo" que seria criado. Não deu outra, Lang parte para a França deixando sua esposa e o convite. JÁ PENSOU SE LANG TIVESSE FICADO???

FILME COMPLETO
clique aqui

Curtiu essa nossa brisa sobre esse clássico do cinema? Então siga o Cine Tertúlia no Facebook, no Instagram e o nosso Feed de INSANIDADES para garantir explosões de mentes todos os dias! #AcrediteNaGravata!

quinta-feira, 2 de abril de 2015

TertúliaView: "A Origem" (Inception, 2010) de Christopher Nolan

A muito tempo quero falar sobre o filme, mas ele é um filme pesado, cheios de referências, da mesma maneira que discute temas complexos e sem conclusões possíveis... É, Christopher Nolan surpreende o mundo mais uma vez com um filme INSANO e com EXPLOSÃO DE MENTES garantida ou seu dinheiro de volta!

+ A Origem (Inception, 2010) de Christopher Nolan



Para quem não assistiu essa obra prima da explosão de mentes sugiro que assista e depois apareça por aqui para finalizar a leitura, pois MUITOS spoilers serão revelados no texto. Mas por agora iremos revelar somente a sinopse: "Em um mundo em que é possível invadir mentes e extrair segredos ocultos, Cobb é o melhor no assunto. Um habilidoso ladrão que rouba valiosos pensamentos do subconsciente das pessoas durante o sono, quando estão mais vulneráveis." (by Guia da Semana)



Maaaas... para inicio de conversa podemos falar do inicio do filme, é claro! Mesmo sendo utilizado em outros filmes de Nolan, o inicio em P&B aqui dá um charme a mais para o filme, já que vamos falar de sonhos, um mundo em que o impossível se torna realidade, primeiro temos que sair do nosso estado de acordado com nossos limites físicos. E assim é o começo do filme, os nomes das produtoras e toda a burocracia do filme é apresentada ali no inicio, em P&B, e em seguida uma cena (nesse momento "entramos no sonho" de Nolan) com o personagem Cobb (Leonardo DiCaprio) perdido e jogado numa ilha, do mesmo modo que nós, meros espectadores, somos apresentados a narrativa do filme: não entendemos nada do que está acontecendo ali! O personagem Saito pergunta a Cobb: "Veio aqui me matar?". Matar o que, CACETE? Assim como em "Amnésia" (Memento, 2000), Nolan nos apresenta o final do filme logo no início, mas que somente iremos compreender tal cena após o final do filme. Será que deu para você entender???


Nem com um desenho facilitou né?
Mas convenhamos... Ver um filme não se assemelha muito com o ato de dormir? É cara, se formos analisar uma das principais ideias da arte foi representar a realidade, ou em outras palavras construir uma realidade paralela, uma versão da realidade criada na mente do diretor, do roteirista ou seja lá quem for. Logo podemos dizer que ao assistir um filme estamos vendo na verdade uma versão do sonho que um pessoa teve. SACOU? Ou, se você gosta de citações, o surrealista Luis Buñuel soltou essa outro dia, "O mecanismo criador de imagens cinematográficas, por seu funcionamento, é o que, entre todos os meios de expressão humana, mais se aproxima do trabalho do espírito durante o sono. O filme parece uma imitação do sonho."

Leonardo DiCaprio
Para continuar pagando de cult por aqui, citarei a cena final do filme "Decameron" (Il Decameron, 1971) de Pier Paolo Pasolini, em que um artista durante todo o filme se dedicou incansavelmente para concretizar uma obra, mas que após um sonho com ela desiste de termina-la, dizendo "Por que criar uma obra de arte tão bela, se sonhar com ela é muito mais belo?". É cara a linha divisória entre cinema e sonhos é muito tênue!


Cena de "Decameron"
Seguindo a ideia do filme como uma simulação do sonho (como uma ideia que alguém teve e quis transferi-la para o mundo) temos uma cena genial quando o Cobb alega que a ideia é um parasita dos mais resistentes: "Quando uma ideia domina o cérebro, é quase impossível erradicá-la. Uma ideia totalmente formada e compreendida penetra fundo." FODA NÃO?


Ken Watanabe e Lukas Haas
E assim durante essa cena descobrimos que estamos dentro de um sonho, mas depois descobrimos que o segundo cenário apresentado também é um sonho, o terceiro também será??? E nós ao assistirmos o filme estamos sonhando ou acordados? Dúvidas que Nolan destrói nossa mente jogando mais porradas no nosso cérebro, para nos deixar totalmente desorientamos! Durante o tal sonho temos a aparição de Mal (Marion Cotillard), que na verdade são memórias de Cobb, logo fica fácil ligar os sonhos com as vivências que temos. Mas só que muitas vezes tais memórias podem não ser agradáveis, tornando o plano de Cobb falho. 


Ellen Page e Leonardo DiCaprio
Um ponto muito foda a se colocar aqui, é a genialidade de Nolan em meio a um cinema fortemente voltado para o dinheiro e o simples entretenimento que é o cinema Hollywoodiano, pois o diretor consegue trabalhar com as exigências dos produtores e nos dá uma narrativa foda de EXPLODIR OS MIOLOS, assim como David Fincher realiza muito bem também. Deste modo vemos a intensa presença de armas, grande investidora dentro do cinema estadunidense, mas que no filme em questão tem uma nova conotação, que não incomoda, mas sim expande a ideia! Como nessa cena...



"Cara que viagem"... Isso mesmo esse filme é muita viagem mesmo! Tanto que um ponto a destacar seria que os dois trabalhos de Cobb abordados no filme, são feitos em viagens! Sim, o primeiro dentro de um trem e o segundo dentro de avião! 


Leonardo DiCaprio e Cillian Murphy
Nessa missão apresentada no início do filme o plano não dá certo e assim a culpa cai sobre o personagem Nash (Lukas Haas), que é chamado de "o arquiteto", algo como a pessoa que cria o cenário do sonho, ou mais além, o roteiro! Assim quando somos apresentadxs a personagem de Ariadne (Ellen Page), conhecemos uma pessoa cheia de imaginação, assim para ser um bom "arquiteto", precisamos de criação, uma pessoa bem sagrada para esse tipo de trabalho, aliás, sagrado é o significado do nome Ariadne em grego. "Eu achava que... que o espaço do sonho fosse essencialmente visual, mas tem mais a ver com a sensação." Saca só essa cena! O MUNDO ESTÁ AI PARA SER TRANSFORMADO RAPÁ!



Deste modo o "arquiteto" tem um papel muito importante: o de projetar os sonhos! Numa eterna dialética entre expor um novo mundo na mente de uma pessoa, para que ela o povoe com suas concepções próprias (subjetivo)! Com isso, percebemos que mudanças nem sempre são aceitas de maneira passível, o subconsciente pode ser contrário a tudo isso! Como lembra Freud e o nosso protagonista: "É o meu subconsciente, lembre que não consigo controlá-lo." Mas só que construir sonhos pode ser um caminho perigoso, pois como na palavras de Cobb, distinguir a realidade da ficção se torna cada vez mais difícil: "Construir sonhos de memórias é o modo fácil de não distinguir a realidade do sonho." Por isso o uso do totem, algo que somente você pode conhecer possuindo um sentimento estritamente particular com tal objeto.


Leonardo DiCaprio e Ellen Page
Mesmo apresentando poucas explicações sobre como foi a criação desse trabalho chamado de "sonho compartilhado", o filme deixa a entender que foi por meio de projetos militares, coisa bem fácil de entender devido a história bélica dos Estados Unidos e nas amplas tecnologias que utilizamos hoje, o telefone, o computador e a internet também tiveram sua origem militar e com propósitos bélicos.


Joseph Gordon-Levitt, Ken Watanabe e Leonardo DiCaprio
Assim o filme vai montando seu elenco, nos apresentando cada personagem e sua respectiva habilidade. A então vitima do filme, o personagem Saito (Ken Watanabe), se transforma no empregador, financiando a missão de implantar uma ideia na mente de um concorrente que tem por meta monopolizar o mercado. Interessante ver um oriental como o manda chuva de um golpe, reflexo de um novo momento econômico no mundo, em que não é mais a supremacia branca européia que tem todos os poderes. Saito então se transforma no famoso produtor, aquele cara que tem que ser convencido de que o filme vai ser bom (a tentativa de Cobb ao início do filme) para que depois invista totalmente em seu filme.


Marion Cotillard
Tal como conhecemos o personagem Eames (Tom Hardy), que seria uma ótimo falsificador, ou como num filme, a pessoa responsável pelos efeitos especiais, para nos fazer acreditar que tudo aquilo que é apresentado é a realidade. Segundo Eames, a ideia (a narrativa) deve ser simples, para que faça florescer após o término do trabalho, assim como vemos um filme FODÁSTICO que ficamos pensando nele após a sessão.


Tom Hardy
Conhecemos o personagem de Yusuf (Dileep Rao), no filme, é um fabricante de químicos importantes para que todos estejam dormindo e o trabalho seja um sucesso, assim como uma sala de cinema... NUM SACOU? crítico José Carlos Avellar no livro "Imagem e som, imagem e ação, imaginação", cita o teórico Christian Metz, que diz "As condições próprias da sala de projeção, o isolamento no escuro, a atenção concentrada no espaço luminoso e a imobilidade do espectador, reduzido a um observador passivo de pessoas encarregadas de agir na tela, tudo isto faz de um filme uma espécie de sonhos acordado [...] O estado de relaxamento que uma pessoa na poltrona de um cinema é idêntico ao estado de imobilidade durante o sono. [...] Ele se entrega, ao filme como ao sono, dominado pelo desejo de sonhar." SENSACIONAL NÃO?


Dileep Rao
E deste modo temos o grande companheiro de aventuras de Cobb, o personagem Arthur (Joseph Gordon-Levitt), que seria o especialista em disfarçar os limites do sonho, algo como o editor de filme. Necessita estar cheios de truques para que o sonho parece perfeito e não ter nenhum erro, PRECISA SER ALGO PARADOXAL!



Não é à toa que Roger Penrose teve altas conversas com o artista Maurits Cornelis Escher que criou obras como essa aqui...


Relativity; 1953 de M. C. Escher.
E nessa busca pelos especialistas, Cobb encontra um lugar mítico, onde pessoas vão todos os dias para "dormir", passando horas e horas ali... Jogando uma das brisas mais fodas do filme: até onde dormir não é estar vivendo na verdade? A realidade não seria também um estado de sono? Para expandir mais a discussão convoco o mítico Arthur C. Clarke, com seu conto "O Leão de Comarre", que descreve uma sociedade altamente tecnológica em todos os humanos não fazem nada a não ser dormir e sonhar, tudo que é impossível na realidade eles concretizam no mundo dos sonhos, hábito difícil de acabar não? Coisa enfrentada por Peyton II, protagonista do conto, que ao tentar acordar algumas pessoas recebe insultos e desprezo, a vida dentro de um sonho é melhorAhhh... EXPLODIU MINHA MENTE AQUI! Mas saca só essa cena!



Ahh velho... e a trilha sonora hein! Composta pelo sempre companheiro de aventuras de Nolan, Hans Zimmer, que compõe mas uma trilha sonora tensa, mas com um detalhe importantíssimo para o filme em questão: a trilha sonora tem sempre uma elevação, no clima de que algo está para acontecer, ou melhor, algo está sendo construído, ou como na história, se está construindo um sonho. Costumeiramente a trilha sonora deve passar despercebida pelo público, deve ser como complemento da imagem, se não conseguir realizar tal feito o espectador perceberá a existência da música e assim a narrativa fílmica perderá seu patamar de sonho. Deste modo acho que nunca uma música da Édith Piaf foi usada tão bem em um filme, acho que nem na cinebiografia "Piaf - Um Hino ao Amor" (La Môme, 2007) de Olivier Dahan. HORA DO CHUTE! A música serve para entrar na sonho de maneira exatamente descompassada, para avisar que o sonho está perto do fim... Afinal, utilizamos de sons em nosso despertador... E pensa só, nada mais loco do que acordar ouvindo Piaf meu velho! Não sei se a escolha da música se deve ao fato de Cotillard, uma francesa, compor o elenco do filme, ou pelo fato dela mesma ter atuado como Piaf nessa cinebiografia... Não importa o motivo, ficou FODÁSTICO


OUÇA AQUI...  Mas ainda não é "hora do chute" hein!
clique aqui

Tá acho que já falei de quase todos a "ficha técnica" de um filme não? Não! Faltou um membro importante e poderoso, a figura do diretor, que se encaixa de maneira perfeita no personagem de Cobb. O diretor utiliza de sua imaginação e vivências para construir um filme e Cobb possui um passado bem pesado, sua esposa, Mal (Marion Cotillard), cometeu suicídio alegando que a realidade que viviam fosse um sonho e ao se matar voltaria a viver realmente, fato que assombra nosso "diretor" em diversos momentos do filme. Do mesmo modo que diretores transparecem aspectos pessoais durante um filme, Cobb sofre com a presença de Mal em sua mente. Nessa INSANA e INTENSA "brincadeira" de se aprofundar cada vez mais dentro do mundo dos sonhos, nós podemos nos perder do que é real e o que desejamos que seja real, como aconteceu com Mal.

SACA SÓ ESSA CENA COM ARIADNE PERCEBENDO QUE ESTÁ NUM SONHO...
 

Tá, teoricamente já encontramos todos os membros importante de um filme... Mas faltou um: o espectador! Ele seria nada mais que a missão de Cobb, o personagem Robert Fischer (Cillian Murphy), o qual ele deve implantar uma ideia. E assim somos nós perante um obra cinematográfica, o discurso do filme invade nossa mente, quanto melhor for a equipe técnica do filme, melhor será o resultado, não acha?

O filme discute alguns pontos interessantes como a questão da segurança acima de tudo, como na cena do trem no meio de uma avenida. Ali Cobb descobre que o personagem Fischer contratou um serviço para que protegesse sua mente de possíveis invasores. E assim caminha a humanidade, protegemos nossa casa, nosso dinheiro, nosso carro, e, no caso, nossa mente! Será que temos espaço para liberdade no meio disso tudo? Assim como trata o sociólogo Zygmunt Bauman nesse pequeno vídeo.



O filme vai esbanjando criatividade e beleza, com cenas como essa aqui...



Ai o filme "chuta a bunda e sai do projeto" (como diria um amigo meu) e resolve jogar pesado nessa cena, SACA SÓ! Cobb tem que (1) salvar a vida de Fischer, para que (2) sua missão finalmente de certo, ao mesmo tempo que (3) enfrenta seu passado e sua culpa, com Mal ao seu lado (4) lhe questionando o que é real... CARA, NÃO... EU DESISTIA DO ROLE NA HORA! 

 

E essa outra cena aqui hein... INSANA! Cobb é levado até Saito, que ficou anos e anos no limbo, e assim ele compreende tudo! Assim como nós espectadores, se ficamos perdidos como Cobb no início do filme, ficamos com sua mesma face de "QUE FILME FODA!"... E a cena convida o espectador a ir junto com Cobb, o diretor, de volta para a realidade, de volta para a vida! Depois de um trabalho desse tão bem feito, a ideia com certeza está implantada em nossa mente! NÃO? 

 

Com isso, o filme chega ao seu final... Todos acordados novamente, começa uma trilha de fundo de "missão comprida", aquela música de que "a paz pode ser mantida", onde? Nos Estados Unidos, é claro! Viver lá é se sentir bem, reencontrando finalmente com a família após toda essa batalha que foi o filme... O Sonho Americano se tornou realidade! Mas... pera ai! Por qual razão o totem do Cobb não para de girar??? BOOM! MENTE EXPLODIDA! 

 

E assim termina esse filme, com diferentes interpretações, é claro! Muitos alegam que o totem não cai, pois seria uma metáfora de que o Sonho Americano não existe na verdade! Outros alegam que é possível ouvir o barulho do totem de Cobb cair durante os créditos finais e ainda tem aqueles que defendem que a intenção foi somente de dar continuidade a ideia de estar sonhando que vinha sendo trabalhada em todo o filme... Mas existem teorias que me apetecem mais, como a teoria de que na verdade o totem de Cobb seria seu anel de casamento com Mal, pois a todo momento ele o toca... Ou a de que Cobb não rodou seu totem no momento em que foi interrompido por Saito nessa cena aqui... Mas afinal, qual dessas teorias te conquistou mais carx tertulianx?


Para finalizar esse bombardeamento de brisas locas do filme, podemos discutir sobre o gênero do filme. "Mas o que tem para discutir sobre? É Sci-Fi pô!" Bem... acho que num é tão simples assim, afinal nada é simples aqui! Afinal o filme parte da narrativa de criminosos que se utilizam de tecnologias para dar golpes perfeitos e saírem ilesos, mas no meio dessa narrativa surge O PLANO, aquele plano que irá resolver todos os problemas de nosso protagonista! Mas ao mesmo tempo é muito arriscado... É a tentativa do GOLPE PERFEITO! "Pera ai... Isso meio que é um clichê, não?" Sim, conhecido mundialmente como "Heist film", gênero muito popular na década de 1940 e que teve algumas homenagens recentes, como o filme "Truque de Mestre" (Now You See Me, 2013) de Louis Leterrier e no tertuliado agora. 

HORA DO CHUTE!
Bem esse #TertúliaView foi pesado hein... Mas a gente dá uma esfriada na sua mente! Fique com o trailer... e com a sua realidade...

TRAILER LEGENDADO
clique aqui


Calma... calma... recolha com cuidado os pedaços da sua cabeça que foram explodidos!
Agora sim, fique tranquilo... Visite nossa página no Facebook e também no Instagram.
Assine nosso feed de INSANIDADES aqui do blog!