quinta-feira, 2 de julho de 2015

TertuliaView: Sociedade do Poetas Mortos (Dead Poets Society, 1989) de Peter Weir

 

Direção: Peter Weir
Roteiro: Tom Schulman
Elenco: Robin Williams, Ethan Hawke, Robert Sean Leonard, Kurtwood Smith

   Sociedade dos Poetas Mortos começa com uma vela e fala da luz do conhecimento, não é difícil fazer esta associação. Porém esta imagem que inicia o filme vai ser questionada no decorrer dele. Quando o Mr. Keating sobe em cima das carteiras e pede que seus alunos façam o mesmo a mudança do ponto de vista também é uma subversão da imagem da vela. As carteiras tem uma função, o espaço onde o aluno recebe o conhecimento do professor, detentor do conhecimento e o aluno um receptor passivo. Ao subir em cima da carteira quebra-se essa ligação e função. Este é um dos pontos recorrentes do filme, de como o conhecimento é produzido e quem pode produzir conhecimento: privilégio de professores? E quando se quebra isso somos levados também ao ponto que Keating tenta alcançar, como se deve ser ensinado, somente a partir de livros velhos, ou devemos também usar da emoção?

   Porém, o que é mais lembrado desse filme é o Carpem Diem ou, traduzindo, Aproveite o Dia. Ambientado no fim da década de 1950, o filme não consegue captar o pessimismo da época pós-guerra e da guerra fria pois foi rodado em 1989, uma época de esperanças. Se o pessimismo, a tradição, de um passado está ali ele está se chocando com a esperança, o progressismo, de um futuro. Como comparação, O Apanhador no Campo de Centeio publicado em 1951 captou a angústia e falta de rumo de uma geração perdida. Assim, enquanto jovens devemos aproveitar a vida, esta janela de tempo. A vida é  um presente, é dada sem pedirmos, é tirada sem querermos, porém, como mestres de nossa jornada, devemos agir para que não sejamos levados no piloto automático (mais um quadrinho/frase destruidor do Zen Pencils "The Gift of Life"). A ideia de prisão esta tanto na escola quanto na vida, porém, as escolhas das pessoas é que tornam estes espaços prisões. Ao contrário, temos como escolha subverter, questionar, desnaturalizar. Carpe Diem não é vivência desvairada, é vivencia critica, aproveitar a vida e questionar a si e os outros.

Precisamos subverter? O que precisamos subverter?

TRAILER!

Siga o Cine Tertúlia no Facebook e no Instagram
Assine nosso Feed e recebe as últimas atualizações.
ACREDITE NA GRAVATA!

Nenhum comentário:

Postar um comentário