O filme nos conta a história de Elizabeth I (1533-1603), rainha da Inglaterra que tinha como religião o protestantismo, que vem ser o principal motivo de todo o clímax do filme devido a religião instaurada em todo o restante da Europa, o catolicismo. Todo o enredo trata de um embate entre Elizabeth I e Filipe II, rei da Espanha e homem fiel à Igreja Católica que tinha como principal objetivo tornar toda a Europa católica.
+ Elizabeth: A Era de Ouro (Elizabeth: The Golden Age, 2007) de Shekhar Kapur
ESCRITO POR EMILY
emilysantos2701@gmail.com
Como o próprio título dá a entender, a obra se centra completamente na rainha, ou seja, em sua vida, sentimentos, emoções e tudo ao seu redor, retirando então o foco de muitas outras coisas importantes que poderiam ter tomado mais do que alguns simples minutos do filme. Tudo ocorreu muito rápido, situações que aconteceriam em mais que alguns minutos, aconteceram em segundos, o autor da longa preferiu priorizar coisas fantasiosas, como o romance platônico da rainha para com o Walter Raleigh, ou a traição de sua protegida ao se relacionar, engravidar e casar com o próprio Walter, do que, acredito eu, momentos mais esperados por todos, de mais emoção, como o "assassinato" da rainha, ou todo o plano da Espanha para derrubar a Inglaterra, ou até mesmo a guerra santa, embate entre a Inglaterra e a Espanha, que durou apenas alguns minutos finais da obra. O povo, o lado da Espanha na história de um ponto mais específico, Mary Stuart (a rainha encarcerada), a contra reforma, a guerra, Filipe II e o protestantismo da Inglaterra, foram alguns dos pontos que poderiam ter sidos mais explorados no filme.
A monarquia absolutista, a reforma protestante e a contra reforma deram lugar ao filme em algumas cenas; Elizabeth era uma rainha reverenciada por todos, dava ordens e todos a obedeciam, em uma parte do filme, ela diz coisas parecidas com "Por que está me olhando no olho? Eu sou a rainha, você nunca foi igual a mim, e nunca será" ou "A lei não deve ser exercida quando se trata de reis ou rainhas", ou seja, todo o poder estava em suas mãos; outros momentos nos mostram a rainha, e até mesmo algumas de suas servas orando em um local do castelo cheio de velas, porém sem nenhuma imagem sagrada, dando a entender que o protestantismo era presente naquele reinado, ela mesmo diz isso algumas vezes, e o filme apresenta isso logo ao início dizendo que a Inglaterra era o único país que não seguia o catolicismo; a rainha também consulta uma espécie de astrólogo para saber coisas de seu reinado e de sua vida pessoal, o que faz com que pensemos que outras crenças religiosas também eram permitidas lá. E por fim, a contra reforma, que é a questão principal do filme e o que dá mais emoção ao mesmo, o rei Filipe II forja um plano e o põe em ação para que a rainha e seu reinado fossem destruídos e toda a Europa se tornasse católica, pois segundo ele, Elizabeth e a Inglaterra estavam sendo comandadas pelo demônio, sendo assim, seu principal objetivo era ir contra a reforma, era abolir o protestantismo de uma vez por todas.
Essa obra pode ser considerada tanto política quanto religiosa, pois bem, como já disse anteriormente, todo o filme se passa em uma guerra santa contra católicos e protestantes pelo poder. Por outro lado, creio eu que essa guerra também tinha interesse político devido a derrota de um reinado e a dominação de um reino, em uma cena específica Filipe II pergunta para sua filha se ela gostaria de ser rainha da Inglaterra, sendo assim, o interesse do mesmo não era apenas impor o catolicismo na Inglaterra, mas sim a possuir e ter total domínio sobre a própria. Em outra cena do filme alguns pretendentes são mostrados a rainha, sendo eles príncipes de outros reinos, ou seja, não se trata de amor e sim de aliança política, fortificação e união de reinos. Em total resumo, a religião e a política andam lado a lado em cada um dos momentos, um seguido ou encoberto do outro.
Walter dizendo a rainha que nunca tinha visto ela sentir medo, e ela, logo em seguida dizendo que todos sentem medo; a rainha dizendo a sua serva: "Invejo-te Bess, és livre de ter aquilo que eu não posso"; O plano de Filipe II sendo descoberto pelo servo da rainha e pela mesma, ou seja, a rainha assassinou Mary Stuart totalmente em vão; a fala que Walter diz para a rainha Elizabeth, sendo ela "nós mortais temos muitas fraquezas, muito sentimento, morremos... mas temos a chance de amar"; a rainha se mostrando totalmente empoderada e dizendo para que o embaixador da Espanha dissesse a Filipe II que ela não tem medo dele, nem dos exércitos dele; a rainha vestida com uma armadura dando um discurso ao seu povo dizendo que os exércitos da Espanha não passarão, e que independente do que acontecesse, eles estariam juntos; a reação de Filipe II logo depois de saber que foi derrotado, e sua oração a Deus dizendo mais ou menos: "Deus tira Tua irá de cima do Teu povo, Sua vontade foi feita, fomos derrotados", o que fez com que todos os seus pensamentos sobre a Inglaterra estar agindo contra Deus caíssem por terra; e por fim, a cena de todas as navegações da Espanha pegando fogo ao mar enquanto a rainha vê tudo acontecer de cima de um penhasco, foram algumas das cenas e frases mais marcantes de todo o enredo da longa.
O filme nos ajuda muito a compreender o que ocorreu naquele período histórico, pois apesar de ter muita fantasia, ele também nos mostra acontecimentos reais em seu enredo, dando a entender que a intenção do autor era fixar nossa atenção com o impasses da vida pessoal da rainha, mas ao mesmo tempo nos ensinar com as situações que aconteciam ao redor da mesma, ou seja, a obra apresenta uma junção de fantasias e fatos, não sendo apenas uma longa para instruir, mas também para no prender, encantar e nos fazer sentir diversas emoções, ou seja, resumindo, em meu ponto de vista, todo tipo de obra artística relacionada à algum fato histórico nos ajuda sim a entender melhor tudo o que se passa no mesmo. O nosso contexto histórico atual, ao meu ver se qualifica apenas com algumas situações do filme, como o direcionamento da política por meio da religião, tendo então a intervenção da igreja em questões do governo, ou até mesmo a perseguição de uma crença para com outras, o interesse de um país em dominar outros, e etc.
O que mais me intrigou para ver esse filme foi o título e a sinopse do mesmo, primeiramente por ter como personagem principal uma rainha mulher, segundo por ser um assunto no qual eu já tenho um pouco de conhecimento, ou seja, eu imaginei que seria de melhor compreensão; porém um dos principais motivos que me deixou interessada na obra é o embate entre uma rainha protestante e uma rei católico. Resumindo num todo, eu gosto muito de filmes baseados em fatos históricos, sendo assim, o filme de Elizabeth I me encantou de primeira.
TRAILER LEGENDADO
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