quinta-feira, 27 de agosto de 2015

TertúliaView: "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1964) de Glauber Rocha

Que o gênero da ficção científica habita o coração da galera do Cine Tertúlia não é nenhuma novidade, vide os vários de filmes de Sci-Fi que analisamos... E é quase impossível falar do gênero e não mencionar os filmes pós apocalípticos, isto é, filmes que exploram de uma condição não existente, o fim do mundo, para realizar um crítica intensa a sociedade existente. Exemplos? "Planeta Dos Macacos" (1968), "Mad Max" (1979) e "WALL·E" (2008). Vemos assim que existe um grande interesse por uma condição humana totalmente desconhecida, como: "O que faríamos se o mundo fosse tomado por zumbis?" É uma grande curiosidade que o cinema formula muitas hipóteses. Maaasss... E se a condição pós apocalíptica for real? E se o Sci-Fi em si for uma realidade forte e dura de se acreditar?

+ Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) de Glauber Rocha.



O clássico filme de Glauber Rocha, que fez história ao ser indicado ao Palma de Ouro do Festival de Cannes de 1964, traz um contexto bem sofrido da população do sertão: pouco dinheiro, muita desgraça, chefões gananciosos e poucas esperanças... Como viver? Como se manter vivo? Como almejar objetivos com um ambiente desse? Difícil hein... Lembrando muito do contexto de Fabiano e sua família no livro "Vidas Secas" de Graciliano Ramos. A desgraça está ao seu redor, não importa para onde você olhe... Onde você quer chegar se não há nenhuma possibilidade de vida?

Tiozin dando risada??? Figurante maldito...
 "[...] queria responsabilizar alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato necessário - e a obstinação da criança irritava-o. Certamente esse obstáculo miúdo não era culpado, mas dificultava a marche, e o vaqueiro precisava chegar, não sabia onde."
Trecho do livro de Graciliano Ramos

Glauber Rocha só nos selfies...
Fala ai se um ambiente assim não faz te lembrar de um filme pós apocalíptico, tal como a saga de George Miller, "Mad Max" (Veja nosso #TertúliaView), em que apresenta como a ganância de alguns pôde desencadear uma catástrofe global, o planeta terra se torna como um grande deserto, ou sertão, como é apresentado no filme de Glauber Rocha, numa uma realidade muito cruel! Mesmo assim tanto o personagem de Miller, Max, e o de Rocha, Manuel, nunca desistem... Mas com ambiente tão devastador que eles contemplam, porque ainda seguem buscando por algo? Eles ainda buscam seus sonhos mesmo que o ambiente lhes proporcione somente destruição! Estão simplesmente condenados àquela vida? Não sabem para onde ir, são mantidos somente pela esperança de um dia ter o que se alegrar. Nessas horas me vem a mente: qual a diferença entre a esperança e a ilusão?

SACA ESSA LETRA AQUI...

Yoná Magalhães, Lidio Silva e Geraldo Del Rey

Manuel (Geraldo Del Rey) e Rosa (Yoná Magalhães) são pessoas assim, querem viver, mas como viver? Trabalhando na fazenda eles eram roubados pelos seus chefões, na crença cega da religião só encontraram mais opressão e nesse acumulo de desilusões se entregam ao bando de Corisco (Othon Bastos) para "fazer justiça", mas que justiça é essa que só encontram sangue? Deste modo vemos a contradição básica apresentada tanto no filme de Rocha, no livro de Graciliano ou na história de Miller... A contradição entre a esperança e o conformismo é algo que dá o gás para o motor de suas vidas, diferente de uma linha traçada em uma busca progressiva, pois eles não sabem o que buscam, nem o que encontrarão, mas a esperança e a ilusão de algo melhor é o que os move, para onde? ninguém sabe.

SACA SÓ ESSA... 
Cena de "Deus e o Diabo na Terra do Sol" muito semelhante com a clássica cena de "O Encouraçado Potemkin" de Eisenstein.
clique aqui

Contradição ainda mais acentuada no personagem de Manuel, pois ao abandonar a vida de escravidão com sua esposa, primeiro ele se entrega a vida religiosa com São Sebastião (Lidio Silva), numa clara alusão a Antônio Conselheiro, mas vemos como ainda Manuel continua a ser explorado. Então ele se entrega ao bando de cangaceiros de Corisco (Othon Bastos), indo necessariamente ao outro lado da questão, já que de religioso sofredor se transforma num homem conhecido como Satanás (Dona Clotilde PIRA!). A contradição se encontra no título do filme, nas suas escolhas, nas suas opções... NA SUA VIDA

"DEUS": Manuel se entregando a religião...

"DIABO": Manuel se entregando ao cangaço...

DONA CLOTILDE PIRA!
clique aqui


A genialidade da obra de Glauber Rocha se apresenta em sua história: não é um filme pós apocalíptico e muito menos de ficção científica, mas apresenta um panorama muito semelhante desses filmes, mostrando nada mais que a realidade de muitos moradores do sertão que buscam algo para viver, mesmo que seja temporário, mas algo que lhes de um sentido. Se ainda precisamos de filmes pós apocalípticos para compreender tal situação, Rocha dá um tapa na cara de todo mundo e fala: O FIM DO MUDO JÁ EXISTE! Juntando a arte e a denúncia ele faz um filme INSANO

FILME COMPLETO
clique aqui

Siga o Cine Tertúlia no Facebook e no Instagram
Assine nosso Feed e recebe as últimas atualizações.
ACREDITE NA GRAVATA!

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

TertúliaView: "Maníaco" (Maniac, 2012) de Frank Khalfoun

Em 1896 ocorreu a primeira exibição pública comercial de um filme, com a película "A chegada do trem na estação" (L'Arrivée d'un train en gare de La Ciotat, 1985) de Auguste e Louis Lumière. Mas o que aconteceu com o público que é algo realmente INSANO: a plateia pira e acha que um trem está chegando de verdade na sala e todos saem correndo da exibição! UM LEGÍTIMO DE UM FRACASSO, NÃO? Não mesmo!!! Hoje o cinema é uma das artes mais populares do mundo inteiro! "COMO ASSIM???"

+ Maníaco (Maniac, 2012) de Frank Khalfoun

´
Talvez essa paixão que temos pelo cinema venha do desejo de viver aquilo que não nos é permitido, isto é; aventuras, amores, suspenses e medos que muitas vezes somos renegados na vida real e que podemos desfrutar em nível máximo com um bom filme, no caso, de terror. Por isso mesmo talvez aquelas pessoas que saíram correndo da sala de exibição de "A chegada do trem na estação", são as mesmas que convidaram muitas pessoas a assistir outras sessões e tenho certeza que elas mesmas retornaram muitas vezes para outros filmes. Se nosso amor pelo cinema se deve pelo fato de vivenciarmos momentos arriscados, imagine a possibilidade de sermos um psicopata sanguinário? CHANCE IMPERDÍVEL HEIN!

Elijah Wood (Frank)
Frank Khalfoun talvez tenha pensado isso ao resolver refilmar o filme "O Maníaco" (Maniac, 1980) de William Lustig com um adicional a mais que faria toda a diferença: uma câmera em primeira pessoa, o que vemos é aquilo que o psicopata vê (ou vice versa, sei lá!). Tendo uma infância cheia de abusos e maus tratos Frank (Elijah Wood) se transforma numa pessoa estranha e que comete assassinatos regularmente, tirando o escalpo das vitimas e "dando vida" a sua coleção de manequins. Com essa câmera sempre posicionada na perspectiva de Frank se torna fácil ter empatia pelo personagem e assim nós nos tornamos "parceiros" de aventura.


O diretor Michael Powell já tentou trabalhar dessa maneira em "A Tortura do Medo" (Peeping Tom, 1960), tendo como protagonista uma pessoa com um infância difícil e uma busca INSANA por assassinatos, sempre com sua câmera para registrar tudo. Esse "registro" que o diretor Khalfoun mandou muito bem em "Maníaco", pois a câmera em primeira pessoa mostra que talvez o espectador de um filme não seja nada mais que um psicopata em busca de aventuras. A aventura pode ser um trem destruindo tudo ou um assassino em série, o que vier é lucro! 

 Nora Arnezeder (Anna) e Elijah Wood (Frank)
Com efeito especiais e posicionamentos de câmera INSANOS, o filme se torna GENIAL ao mostrar a morte como algo lindo, a violência se torna uma arte novamente! Violência completada com brisas sobre a solidão, a perda de afeto e apresentando discussões sobre a valorização da estética antes de qualquer conteúdo pessoal. Se tais cenas de violência poderiam ficar mais fortes eu não sei, pois temos ninguém mais que Alexandre Aja no roteiro, diretor do extremamente TENSO "Alta Tensão" (2003).


Quase um "Bastardos Inglórios" hein?
Bom trabalho... MAS PERAI! Ela era Nazi?
Se hoje o cinema é tão popular como é, talvez seja pela nossa vontade de enfrentar medos ou de presenciar atrocidades... Aqui em "Maníaco" atrocidades são o que não falta e tudo em primeira pessoa. Se temos algum culpado por tudo isso não seria o diretor, ou a produtora e nem os roteiristas... Mas sim VOCÊ, espectador... Que tenho certeza que está cheio de vontade acompanhar esse filme INSANO, não é? Alguém já te chamou de Maníaco?



Arte de Slippery-Jack - Richard Wells
TRAILER LEGENDADO


Siga o Cine Tertúlia no Facebook e no Instagram
Assine nosso Feed e recebe as últimas atualizações.
ACREDITE NA GRAVATA!

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

TertúliaView: "Ex Machina" (2015) de Alex Garland




Título: Ex Machina
Ano: 2015
Diretor: Alex Garland
Escript: Alex Garland

É a estreia de Alex Garland como diretor, mas já se apresentava como escritor de bons filmes. Foi o escritor da nova e insana versão de "Dredd" (2012), "Extermínio" (28 Days Later..., 2002) e sem mencionar a participação na elaboração de vários jogos de grande sucesso como "Halo". E digamos que ele estreou muito bem. Além de ter um ótimo currículo na elaboração de histórias incríveis Alex Garland foi capaz de compor um elenco de atores que começam a encantar o público em geral. Exemplo disso é Domhnall que todos devem conhece-lo da saga de Harry Potter e do maravilhoso "Questão de Tempo" (2013) e ele também participou de "Dredd". Oscar Isaac também vem ganhando espaço incrível na indústria dos filmes, vocês verão mais dele em "Star Wars" e ele será o mutante mais forte do universo, Apocalipse. Por fim a nossa querida e mais nova amada sueca Alicia Vikander que participou da péssima adaptação "O Sétimo Filho", aliás, a escolha dela para esse filme passou pelo seu estudo em balé, todos os movimentos de sua personagem são plasticamente perfeitos e hipnotizantes. Como disse Alex Garland soube escolher geniosamente seu elenco. Mas vamos à brisa do filme!
 
Diretor Alex Garland
 Sem querer cair, mas já caindo, no clichê da pós modernidade é difícil termos algo inédito. Algo que você possa olhar e dizer – oooookay, isso é novo pra mim. Mas o que eu sempre gosto de dizer é que se algo é novo ou não, não importa, mas sim a maneira como você consegue contar a mesma história já vivida antes. Acho que esse é o grande segredo que todos nossos professores de História queriam nos ensinar. 


Oscar Isaac, Alicia Vikander, Domhnall Gleeson
No "Feitiço do Tempo" (Groundhound Day) nós vemos todas as nuances que Nietzsche tentou nos dizer com seu "eterno retorno". Bill Murray revive o mesmo dia da mesma maneira, mas quando ele resolve recontar sua história a partir de pequenas mudanças ele consegue transcender o tempo. Mas porque estamos viajando tanto nessa questão? Não estamos aqui para falar de “Ex Machina”. Bom, então, vamos lá.


Cena de "Groundhound Day"
Ex Machina pode não apresentar uma história nova ou diferente de outros filmes que abordam inteligência artificial, porém, a maneira como a história é abordada é algo que pode muito bem te deixar em cheque. O teste de Turing, um teste que serve para determinar se uma máquina possui inteligência artificial ou não, é o grande enfoque da trama. É aqui, exatamente aqui, que o filme brinca com a nossa imaginação.



O filme imprime um ritmo parado pra quem está acostumado com cenas rápidas com muita ação. Ele é composto por diálogos que te instigam por criarem dúvidas em nossas mentes. A Ava (talvez não seja o mais original dos nomes), interpretado por Alicia Vikander, não cria dúvida se ela tem inteligência ou não, mas cria a incerteza se ela tem a natureza humana ou não. Acho que é aqui que o filme se destaca, o elenco de quatro atores que criam um incomodo sem limites sobre as questões de natureza humana, não inteligência em si, mas natureza humana. Você pode muito bem definir o que inteligência, mas isso cria necessariamente um conceito de humano?
 

O humano não nasce humano, se torna humano. Nós criamos nossos parâmetros de racionalidade e comportamento. Definimos o que nos torna o que somos, pare um pouco e pense no comportamento que temos hoje e brinque de viagem no tempo e se jogue algumas décadas ou séculos atrás. Seu comportamento te colocaria em que lugar na escola natural? Seríamos humanos? Criar, fazer, entreter, falar, escrever todos esses itens parece que fazem parte de uma capacidade cognitiva, ou seja, uma inteligência, mas isso realmente define um humano?



É esse cheque, talvez mate, que o filme coloca. Ava é inteligente, ela tem uma vantagem infinita de armazenamento de dados, capacidade de consultar todo conhecimento que ela quiser, mas faria isso dela uma “inteligência artificial”? Se fôssemos pensar assim o Google (que aliás é uma das grandes referencias que aparecem no filme) seria nossa grande oráculo de delfos da atualidade.... Ops, tarde demais.  Mas Ava mostra que humanidade vem de onde nós ignoramos. Sensibilidade.



Sensibilidade para ser capaz de sentir a empatia e ser capaz de brincar, manipular, a natureza humana. Claro que talvez isso seja um tanto maligno, e eu esteja adotando um discurso atual de que o homem é mal por natureza, mas se formos ver um quadro geral, talvez esse pessimismo seja um tiquinho verdadeiro. Mas vamos ver isso como uma critica que nosso fim vem por nossa falta de interpretação e sensibilidade com a empatia. Algo que aparentemente é mais raro que uma orquídea no deserto.



Ex Machina tem uma cena que deixa bem icônica essa indagação. Quando Caleb (Domhnall Gleeson) se vê frente ao espelho e se indaga sobre sua realidade humana. Ele se testa para saber até onde é humano já que a “máquina” e ele se manipulam, brincam e jogam com a empatia. Nesse ponto eu quero lembrar-nos de um filme cultuado e amado por boa parte do mundo e que vai ganhar um novo fôlego nos anos por vir "Blade Runner” (1982). Nesse o teste de Turing aplicado por Deckard (Harrison Ford) é sensacional! Ele trabalha o reflexo sensível e empático que o replicante ou não teria a certas situações, ou seja, se o “sujeito” é capaz de apresentar o requisito para ser humano. Se colocarmos as duas cenas uma ao lado da outra temos um diálogo incrível entre humano e máquina e entre dois filmes com mais de 30 anos de diferença. Eu gostaria de propor o desafio de rever essas cenas e tentar reconhecer em qual busca a máquina e em qual busca o humano.  E agora? Qual é qual? Mesma história, narrativas diferentes.




Esse filme é sensacional porque tange outras naturezas como, por exemplo, a natureza e orientação sexual. Como eu disse só tange mesmo, mas permite a deixa para uma boa discussão depois do filme. Ou a noção que temos de privacidade no universo virtual e como a mesma empatia pode ser manipulada brutalmente em favor de interesses egoístas.




Para finalizar trago uma passagem de uma passagem do filme, já que esse é outro aspecto trabalhado no filme. Quando Caleb conversando com Nathan (Oscar Isaac) cita a passagem “tornei-me a Morte, o destruidor de mundos”. Uma referencia a Oppenheimer que cita a passagem do Bhagavad Gita ao se deparar com o teste da bomba nuclear. Enquanto o físico teórico se espantava com a criação de uma arma capaz de destruir o mundo os dois cientistas de computador se questionam com a criação de uma máquina que por se apresentar humana é causadora da destruição do mundo.  No fim, a revolução das máquinas, nada mais é que uma natureza humana.



Retomando Nietzsche, Ex Machina não conta uma história nova, mas retoma uma história antiga e transcende a nossa condição humana com pequenos detalhes que fazem todas a diferença.



TRAILER LEGENDADO
clique aqui


Siga o Cine Tertúlia no Facebook e no Instagram
Assine nosso Feed e recebe as últimas atualizações.
ACREDITE NA GRAVATA!

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Tertúlia Indica: Infini (2015) de Shane Abbess

Direção: Shane Abbess
Roteiro: Shane Abbess e Brian Cachia
Elenco: Daniel MacPherson

   Acho que suspense casa muito bem com ficção científica (ou FC). Aliás, qual filme de FC não tem suspense? Ok, você já lembrou de vários, mas acho que muitos filmes juntam essas duas coisas, afinal muitas FC's tratam do desconhecido e do medo do desconhecido. O medo sempre acompanha o suspense e/ou o terror pois nunca sabemos o que está atrás da porta. Infini faz parte destes filmes que misturam estes dois aspectos, e mistura de uma forma muito boa. Apesar do filme ser longo, alguns momentos as coisas acontecem tão rápido que talvez você se perca no meio da trama e fique confuso do que está acontecendo, então, prestenção e não pisque!
   A trama do filme é bem simples, uma missão de resgate à uma base mineradora fora do planeta Terra. Algo ou alguma coisa pôs o local em quarentena. Quando o time de resgate chega ao planeta se depara com apenas um sobrevivente, Whit Carmichael. O que segue são questionamentos sobre a natureza humana, sobre violência, sobrevivência, tudo encaixado numa metáfora meio darwinista sobre a conquista do mais forte. A mensagem que o filme trás é muito simples, porém poderosa, e somente no final, quase como moral de conto de fadas, fecha-se um filme intenso e insano, literalmente, de maneira tão simples, apostando em milagres e esperança na mudança.
   Apesar das falhas que qualquer produção pode cometer, ainda mais uma FC com pouco dinheiro, o diretor Shane Abbess nos entrega um ótimo filme que pode agradar os fãs de FC. Só não espere papo cabeça, pois esse filme aqui é mais Mercenários que Guia do Mochileiro das Galáxias, empatando em sangue com muito filme trash.

Quero ver, outra vez, seus olhinhos vermelhos de sangue

Pessoas congeladas, numa ficção cientifica de terror/suspense... VAI DÁ TUDO CERTO!


Trajes com 1 zilhão de camadas protetoras, tiram no ambiente desconhecido na primeira oportunidade

TRAILER!


Siga o Cine Tertúlia no Facebook e no Instagram
Assine nosso Feed e recebe as últimas atualizações.
ACREDITE NA GRAVATA!