Acredito que essa seja a primeira
vez que um documentário aparece no blog do Cine Tertúlia... O motivo? Não faço
a mínima ideia da razão de nunca termos abordado algum documentário nesse um
pouco mais de um ano de blog. Mas como diz a vinheta do DOC TV da TV Brasil, "quando
a realidade parece ficção é hora de fazer um documentário". E cara a
história desses caras é difícil de acreditar... Então apertem as gravatas que o
role hoje é INSANO mesmo!
+ “A Band Called Death” (2012) de
Mark Covino e Jeff Howlett
Mas antes, para todos podermos sentar
confortavelmente e partir para a brisa, acredito ser necessário uma definição
do que seja um documentário, deste modo podemos estabelecer, de maneira
simplista, uma relação de oposição ao filme ficcional, isto é, tem por objetivo
explorar a realidade do que está sendo exibida. Mas ai entramos numa discussão complexa demais para o que viermos fazer aqui hoje.. O que seria realidade? O que
seria abordar um fato tal como ele é? Assim o dualismo entre documentários e o
cinema de ficção vai por água abaixo, pois, os dois, cada a sua maneira, nos mostram
um representação parcial, ou melhor, subjetiva da coisa. Logo se você esperava uma
definição... Desculpa!
"Tamo aqui de boas... Só criando um novo som que ninguém tinha feito antes" |
Vamos partir então para a história do
filme, aqui conhecemos a história do lendário trio de punk rock chamado Death, em
que três irmãos negros que viviam em Detroit, inspirados pela INSANIDADE dos
shows do The Who, decidem montar uma banda que fazia um som mais cru e mais
rápido! Só que devido a muitas barreiras da época, preconceitos e os bons
costumes, o sonho de ser uma banda inovadora foi pelo ralo... Final de história BAD? Calma
ai carx tertulianx! Quando parecia tudo perdido, em 2008, por um acaso impossível,
eles conheceram um REVIVAL que ninguém pode colocar defeito e disso que esse documentário trabalha.
Mas por que raios a banda se
chama Death? Isso meu caro, é uma BRISA gigantesca que eu não sei se
conseguirei transcrevê-la em palavras para você. MAS VAMOS TENTAR! Jovens
negros, eles estavam habituados a uma difícil vida, mas nem por isso deixavam de sonhar e tinham grandes desejos.
Quando seu pai morre eles percebem que o fim/morte pode ser algo muito perto de você,
eles então nomeiam a banda assim, mas só que encontram dificuldades de serem
produzidos com esse nome. Isso seria um fim? Como dissemos na
analise do filme “ABC da Morte” (2012) (clique aqui), nós estamos “atados a uma ideia de morte como um fim, o
fim do belo, do jovem, e isso reflete na visão que temos da velhice, ele une o
inicio com o fim. [...] ABC's of Death acaba virando um exercício de reflexão
sobre como encaramos a morte e o que aprendemos nessa relação vida/morte. A
morte é nossa única certeza ou sabendo do ponto final nossa única certeza é
viver e encarar o mundo que está a nossa volta?” E cara, com nossos
amiguinhos aqui do Death, aprendemos que a morte ou o fim não tem nada a ver
com “está tudo acabado”, tudo pode mudar de uma hora para outra...
Em toda a existência da vida dos
irmãos Hackney, sua vida foi marcada pela dialética entre o sonho e a
realidade... O sonho de montar uma banda tão FODA quanto The Who, mas a
realidade de não possuírem recursos... O sonho de gravar um CD de Rock N Roll,
mas a realidade do preconceito por serem negros... Nessa dialética, nada
favorável, eles foram enfrentando diversos obstáculos, que não irei mencionar
aqui, pois estarei estragando a surpresa de assistir o filme. Mesmo que todas
as placas apontassem para o outro caminho, mesmo que nada parecesse dar certo,
eles estavam lá, vivendo e curtindo. Até que um dia a realidade deles se transformou
num sonho, conseguiram conquistar o coração de diversas pessoas ao redor do mundo!
David Hackney, irmão que morreu no ano de 2000. |
Bobby Hackney, o vocalista/baixista, comenta como foi difícil viver com tantas rejeições sobre a vida da banda.
Talvez possa parecer demagogo, mas acredito o que principal dessa INSANA história é que defender aquilo que você acredita é algo difícil e nada recompensador, mas o final pode ser algo fantástico. Se aqui no blog do Cine Tertúlia, sempre defendemos que um filme é bom não pela sua história original, mas pela maneira que é contada, aqui vemos que esse filme é duplamente INSANO, uma história original e contada de uma maneira perfeita! Ramones, The Clash e Sex Pistols são fodas? DEMAIS! Mas Death veio primeiro! Sem mais delongas, ASSISTA!
Dannis Hackney, baterista, fala sobre como a história da banda é única!
PS: Quem disse que essa história
acabou? Ela ainda acontece hoje! E eu tenho o prazer de fazer parte disso!
Enquanto você lê esse texto, nessa quinta-feira, 04 de fevereiro de 2016, estou
num show deles! Demais! Só tenho a dizer: #AcrediteNaGravata, pois a vida é
cheia de surpresas!
TRAILER OFICIAL
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