quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Tertúlia Indica: "Deadpool" (2016) de Tim Miller

Um ano sempre começa para minha pessoa quando vejo um filme que é daquele ano... Então senhoras e senhores, lhes convido a começar o ano de 2016 assim como eu, assistindo ao filme "Deadpool", o grande anti-herói dos quadrinhos! O que eu sei sobre Deadpool? Bem... É um personagem da Marvel que sempre gostou de quebrar normas, pois aqui não temos um Capitão América que salvará o mundo em nome da "liberdade", temos ele, Deadpool, o mesmo que matou todos os heróis do Universo Marvel (clique aqui)... O mesmo que matou todos os presidentes estadunidenses zumbis (clique aqui). É... não estamos falando de algo comum!

+ "Deadpool" (2016) de Tim Miller


"Perto de Deadpool, Tony Stark é um tio chato que insiste em repetir aborrecidamente a piada do 'é pavê ou pacomê'."
Pablo Villaça de Cinema em Cena

Nesses mais de 100 anos de cinema surgiu o chamado cinema de gênero, isto é, filmes que seguem uma temática e por isso mesmo devem seguir "normas" que envolvem o gênero... Exemplos? Temos o western, que revelou filme como "Três Homens em Conflito" (1966) e "Era uma Vez no Oeste" (1968), os dois do mestre Sergio Leone.  Temos os filmes noir, com nomes como "Pacto de Sangue" (1944) de Billy Wilder e "O Terceiro Homem" (1949) Carol Reed. Ao colocarmos o play em tais filmes, já sabemos um pouco do que vamos enfrentar. Sacou? Assim, todo cinema de gênero possui as suas sátiras, que costumam fazer o público dar risada sobre as normas que envolvem o gênero, como "Zumbilândia" (2009) de Ruben Fleischer foi para o gênero dos zumbis (escrito por Paul Wernick e Rhett Reese, que estão presentes no roteiro de "Deadpool" também), ou como os filmes da Trilogia do Cornetto de Edgar Wright. Logo, no fim da década de 2000, surge com um gigantesco boom os filmes de super-heróis, criando um novo gênero que se consolidou no cinema, envolvendo muita grana e estrelas de cinema... E com o filme de "Deadpool" podemos dizer que temos um exemplo máximo da sátira do gênero de super-heróis, "audaciosamente indo onde nenhum 'Guardians of the Galaxy' jamais esteve" (fale essa última parte com a voz do Capitão Kirk).

Deadpool (Ryan Reynolds)
 
Deadpool e seus amiguinhus.. Negasonic Teenage Warhead e Colossus.

Deste modo, muitos podem alegar que o filme de Deadpool irá transformar tal gênero no cinema... Muitos podem afirmar que sua história nunca foi vista antes... Mas convenhamos, "um protagonista branco que tinha tudo perfeito na sua vida, mas que agora busca vingança e o amor de sua vida novamente" não é algo novo... Sinceramente, é um dos enlatados hollywoodianos mais comuns do mundo! Mas como sempre dizemos aqui no nosso blog, "não é a história, mas sim como é contada a história" (poderíamos utilizar isso como nosso slogan hein...). É aquela pira, "reconheço os signos do gênero e por isso mesmo os satirizo", deste modo os créditos iniciais do filme são geniais, pois não revelam o nome de nenhum ator, mas sim os "personagens estereótipos" que aparecerão no longa. Se você, assim como eu, se surpreendeu nos créditos iniciais de "Se7en" (1995) de David Fincher ao omitir o nome Kevin Spacey, irá se surpreender em dobro com "Deadpool", que vai nos surpreendendo também com a sua história, principalmente sua primeira parte do filme, que oscila entre violência gratuita e flashbacks sobre o passado de nosso protagonista. No desenvolver da história, encontramos expansões para o Universo Marvel Cinematográfico na Fox (UMCF, curti esse sigla que eu criei hein!), em que vemos referências aos X-Men e até ao passado do ator Ryan Reynolds (protagonista do filme) na DC Comics, como Lanterna Verde. Não é um filme que renovará a comédia/aventura da Marvel e nem o "dark" que a DC está prometendo nos cinemas... Ele é Deadpool, um "super", como o personagem mesmo diz, que esta querendo vingança e sua esposa de volta.


Deadpool (Ryan Reynolds) e Vanessa (Morena Baccarin)
Mas acima de tudo é um filme bem dirigido, pois todos os momentos do filme cumprem o que prometem: Violência gratuita? Uma cena do Deadpool cortando a própria mão... Comédia? Quer algo melhor do que Wade Wilson falando sobre uma alface entre os dentes de Francis (sim, vou chama-lo de Francis e não de Ajax!)... Tristeza? O momento em que Wilson descobre que está com câncer terminal é de matar qualquer um... Sério! O filme é muito bem construido, Tim Miller mandou muito!
Nosso querido estreante na direção... Tim Miller.
Se os livros de Machado de Assis são  conhecidos por exigir de seu leitor um bom aparato literário, já que possui várias referências a outras obras, podemos falar que o filme de Miller exige, em vários momentos, conhecimento especializado sobre a cultura pop, como uma referência ao grupo Monty Python numa cena hilária ou como na cena pós-crédito (isso mesmo tertulianxs, temos cena pós-crédito!) que deixará louco qualquer fã dos filmes da década de 1980. Deste modo o filme tem todo o direito de cair de clichês, pois não perde sua qualidade, mesmo que cheguemos no "mocinha em perigo capturada pelos vilões" o filme ainda consegue firmeza para finalizar com estilo.


"HA! Vim aqui só para causar!"
Mesmo sendo um filme com todo esse ar de quebrar normas, ele infelizmente sustenta outras, como apresentado nos créditos iniciais, os personagem clichês/modelos: brancos, jovens, bonitos... As pessoas que quebram esse modelo de personagem, são apenas dois, um indiano taxista () e uma negra cega ()... Se "Deadpool" é a obra-prima da subversão cinematográfica eu sinceramente quero mais! Quero mais subversões e INSANIDADES! Ou como diria nosso slogan oficial: QUANTO MAIS INSANO, MELHOR!

TRAILER LEGENDADO
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