É um filme de super-heróis? SIM! Com adolescentes? SIM! Após essas duas perguntas podemos ter conquistado seu coração para ler esse #TertúliaView ou é provável que você já tenha fechada essa página... Mas calma ai o role de hoje vai ser muito INSANO.
No conto "O Retrato Ovalado"
de Edgar Allan Poe, conhecemos a intensa paixão do artista ao representar a
realidade em sua obra, em que um pintor busca incessantemente
representar sua esposa num quadro. Do mesmo modo, o diretor de um filme deseja
realizar uma obra coerente para que o público sinta empatia com seus
personagens e sua história. O cinema sempre busca se aproximar da realidade para deixar seu filme mais próximo da verdade do espectador desde a sua primeira exibição, com "A chegada do trem na estação"
(L'Arrivée d'un train en gare de La Ciotat, 1985) de Auguste e Louis Lumière,
em que o público pagante saiu corrente com medo, acreditando que o trem exibido
era de verdade. Muitas tecnologias chegaram: o cinema com falas, colorido,
efeitos especiais e sonoros e outros.
Olha uma bola flutuando! |
Mesmo fazendo um bom uso do FF o filme possui algumas cenas desnecessárias, como na cena em que Matt tenta reconquistar o coração de Casey... Sério! Quem tem um espelho do lado da sua porta? |
É nessa indústria sedenta por
grana que surge nosso filme em questão, "Poder Sem Limites" (Chronicle, 2012) de Josh Trank, com uma
mistura de FF com a temática super heróis, muitos já devem olhar e dizer que o
filme é clichê puro! Mas não, acredito que é o primeiro filme de super herói
que me fez compreender o que realmente seria adquirir super poderes e as
consequências que ele poderia gerar, tá ligado na ideia de fazer o público
sentir empatia com a obra? Aqui ela acontece de maneira muito bem administrada.
Conhecemos mais um adolescente looser,
Andrew Detmer (Dane DeHaan), que possui
muitos problemas familiares com sua mãe morrendo e seu pai alcoólatra. Seu
único amigo é o seu primo, Matt Garetty (Alex Russell), e por um acaso se torna
amigo do "manda chuva" Steve Montgomery (Michael B. Jordan). São pessoas sendo
pessoas e tendo vida que pessoas possuem pessoando pessoalmente por ai. Escrito
por Max Landis, o filho do mítico John Landis, vemos que não há nada de
extravagante nesse roteiro, até que esse trio encontre uma caverna com algo
bizarro (e o melhor é que em nenhum momento o filme revela o que é realmente aquilo!) e a partir
dai o role começa a ficar INSANO mesmo. Com a adição da câmera FF e com os
efeitos especiais, fazem com que alguns planos sequências do filme serem GENIAIS!
Em meio ao FF e a vida desses três amigos o filme conquista nos detalhes, Matt é um grande leitor de filosofia e sempre está atualizando seus amigos com alguma nova teoria, como o papel do indivíduo em sociedade, em que muitas vezes favorecemos o "eu" e esquecendo-se do todo. Nosso protagonista, Andrew, tem diversos problemas com seu superego, coisa que acarretará diversos dificuldades para a caminhada desses adolescentes. Independente dos processos, terá somente uma conclusão, se tornarem adultos, deste modo a construção dos personagens e as suas discussões filosóficas, mesmo que pequenas, faz o filme ganhar um caráter emocional ao final do filme, que pode ser fatal. Ah! E para completar sobre o conto de Poe mencionado no inicio do texto, o artista consegue realizar seu quadro perfeito, gritando: "é a vida, é a própria vida que aprisionei na tela"... E ao se voltar para sua esposa percebe que ela está morta... Durma com essa!
TRAILER LEGENDADO
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