Alejandro González Iñárritu, esse nome tem poder queridos tertulianos. Esse cara me fez "cagar para dentro" com história tensas e difíceis de engolir como a sua Trilogia da Vida com "Amores Brutos" (2000), "21 Gramas" (2003) e "Babel" (2006). E agora nosso amiguinho aqui chega com essa nova história, uma comédia (???)... Mudando a temática, mas a INSANIDADE se faz presente. Com vocês, mais um #TertúliaView.
+ "Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)" [Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance), 2014] de Alejandro González Iñárritu.
Michael Keaton, Naomi Watts e Zach Galifianakis. |
Um outro ponto INSANO do filme é a câmera, abençoado seja Emmanuel Lubezki (de "Gravidade", "Filhos da Esperança") ao nos presentear com mais uma obra com uma fotografia de EXPLODIR CÉREBROS!!!. Caraca! Incomoda e muito o fato do filme parecer ser gravado em um único plano, parece que não fechamos os olhos... A intensidade dessa perspectiva nos faz, em diversos momentos, nos sentir dentro do filme, sentir que estamos na real vendo algo "ao vivo", como num teatro. GENIAL! E a trilha sonora hein... "Me dê uma bateria, que eu te dou a trilha sonora mais FODA do ano!", parece que foi essa conversa entre Iñárritu e Antonio Sanchez, baterista mexicano, que fez uma trilha sonora sensacional, somente com uma bateria, precisa e genial!
Emma Stone |
No meio dessa INSANA brincadeira vemos que o cinema Hollywoodiano ainda sim necessita de mentes de "fora da caixa" para poder criticar a si mesmo, isto é, assim como na década de 1970 um tal de Scorsese e um tal Coppola (os dois de origem italiana) causaram muito ao realizar críticas precisas com seus filmes (ou na década de 1980 com o holandês Paul Verhoeven). Hoje parece que Hollywood necessita de latinos para isso, Alfonso Cuarón e o seu "Filhos da Esperança" (2006) e José Padilha com "RoboCop" (2014), dando vida ao já famoso gênero "social problems films", que começou em meados da década de 1960.
Tal filme me fez me lembrar, e muito, do filme de Barry Levinson, "Fora de Controle" (What Just Happened?, 2008) em que acompanhamos alguns dias na vida de Ben (Robert De Niro), um produtor de Hollywood e suas infinitas dificuldades de finalizar seus filmes. Assim como os mais recentes "Acima das Nuvens" (Clouds of Sils Maria, 2014) de Olivier Assayas (clique aqui) e o bizarro "Mapas para as Estrelas" (Maps to the Stars, 2014) de David Cronenberg, logo percebemos a necessidade da realidade de Hollywood também passar pela representação cinematográfica. E nesse momento eu piro: Como será que esse filmes são apresentados as produtoras?, "Ei, vamos fazer um filme que falarei do quão filha da puta é o nosso trabalho, belê?". Deve ser muito engraçado!
Michael Keaton e Edward Norton |
Acredito que é ai que o filme apresenta a sua brisa máxima: nossa realidade talvez vivesse dependente da ficção, isto é, mesmo sendo um ator de sucesso com o Birdman, Riggan Thomson nunca teve uma vida pessoal muito boa... Um pai ausente, um marido infiel e outras bizarrices que podemos ver no mundo das celebridades do TV Fama de hoje. Deste modo, ao recusar participar da mais uma continuação de "Birdman" Thomson parece ter recusado ser ele mesmo, negou sua essência e deixou de existir. FODA NÉ?
Michael Keaton e o Birdman |
Assim como na mítica cena de "A Dama na Água" (Lady in the Water, 2006) de M. Night Shyamalan, em que um crítico MUITO CHATO de cinema tenta prever uma cena em questão com rótulos e mais taxações. Aqui temos Lindsay Duncan como Tabitha Dickinson, uma critica de teatro que fará tudo para destruir a peça de Riggan Thomson, porque simplesmente odeia atores de Hollywood. O filme mostra como a crítica pode trabalhar encontrando somente lugares-comuns e conceitos já estabelecidos, ignorando o que há de mais mágico no cinema/teatro: analisar de forma pessoal, tentar demonstrar aquilo que você sentiu e o como você pirou ao ver o filme.
CENA DO FILME "A DAMA NA ÁGUA"
"Birdman" se torna um filme totalmente crítico (mas com muita comédia): critico a Hollywood, a indústria cultural, a galera cult, a crítica especializada, a você e a mim. Seria uma crítica a tudo e todos que querem determinar qual o melhor produto para consumir dentro desta cadeia alimentar chamada arte. DESTRUIU! Atuações de primeira (fazia tempo que eu não via um filme em que todos os atores estão perfeitos); Fotografia insana; trilha sonora inesperada; e diversos outros fatores... leva com certeza o SELO EXPLODIR DE MENTES, ou seu dinheiro de volta!
TRAILER
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