terça-feira, 27 de janeiro de 2015

TertúliaView: Assim na Terra como no Inferno (As above, So below, 2014) de John Erick Dowdle



Direção: John Erick Dowdle
Roteiro: Drew Dowdle, John Erick Dowdle
Elenco: Perdita Weeks, Ben Feldman e François Civil
  Eu te falei que eu sabia fazer um coelho

   O filme todo parte do mistério. Sim, simples assim. É o mistério do misticismo, o mistério das catacumbas, o mistério do desconhecido. Sendo guiado pela personagem principal somos levados a locais que somente estavam em nossa crença, na nossa tentativa de acreditar que nossa realidade é muito mais do que aparenta ser. Na nossa tentativa de dar sentido ao desconhecido criamos imagens para que ele não fosse tão assustador, porém e se nós deparássemos realmente com essas imagens que criamos? Esse é o ponto de partida de muitos filmes de terror e de fantasia, mostrar como encaramos aquilo que não existe quando ela está na nossa cara. Apesar que algumas dessas coisas estivemos falando a tantos anos, séculos, torcendo para que exista, quando nos deparamos com aquilo nem sempre as coisas dão certo ainda mais em um filme de terror. Monstros, fadas, lobisomens, vampiros, pé-grande, céu, inferno. Várias coisas criadas para explicar aquilo que não entendíamos, para confortar nossos medos, para não pirarmos em percebemos que o ser humano não é onipotente na face da terra, apesar da tradição ocidental ter colocado isso na nossa cabeça.
O plano superior e o plano inferior do título em inglês

   Porém, se o filme leva a questionar sobre essas questões ele não é exatamente assim uma Brastemp. O estilo found footage utilizado pelo filme, estilo inaugurado pela Bruxa de Blair (1999), incomoda. Não tanto pelo filme em si, mas pelo uso descontrolado que os filmes de terror tem feito desta técnica nos últimos anos. Tivemos ótimos filmes utilizando essa técnica como Bruxa de Blair, Atividade Paranormal (2007) e [REC] (2008), mas acho que já chegamos no limite. Podemos fazer ótimos filmes de terror sem ser desse jeito e filmes recentes como Invocação do Mal (2013) e The Babadook (2014) provam isso. 

Encare seu passado! 
   O filme como um todo é mediano, porém é muito interessante como o filme explora as representações de realidade que criamos e também como lidamos com nossos próprios medos e remorsos. A sequência final e a cena final do filme é de bugar o cérebro e com certeza é a melhor parte do filme! Eu não diria que é um filme assustadoramente assustador, mas é um filme que te é assustador e te deixa apreensivo, angustiado. E tudo isso somado ao ambiente claustrofóbico das catacumbas de Paris! Olha pra isso! Eu tenho medo só de olhar!



TRAILER


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