quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

TertúliaView: "Missão Especial de Natal" (Hogfather, 2006) de Vadim Jean

E aí seus insanos!
Hoje vou dar início a mais um "#TertúliaView", um review digno de uma Tertúlia!

No episódio de hoje "Missão Especial de Natal"
Hogfahter (2006)
Diretor: Vadim Jean
Roteiro: Sarah Conroy (consultora), Vadim Jean (adaptação), Terry Pratchett (livro)


 Sinopse: Hogswatch é o equivalente ao Natal em Discworld e nesse episódio em específico o Hogfather, o responsável por entregar presente à todos, sumiu e quem fica responsável por seu papel é a própria Morte. Enquanto sua neta, Susan, procura saber mais sobre o sumiço do Hogfather e questionando a própria natureza humanas sobre suas crenças.

Tertúliaview: Os livros de Terry Pretchett envolvem aquele clima típico de “Stardust” com um humor ácido e crítico do “Guia do Mochileiro das Galáxias”. O filme de 2006 feito diretamente para TV, e dividido em duas partes, traz o charme da atuação britânica junta à tela que só enriquece mais a obra.
O filme em si traz questionamentos sobre as nossas crenças. Ou melhor, sobre o que nós escolhemos acreditar. De fato, verdades são apenas as melhores mentiras que escolhemos acreditar, mas o que diferencia uma das outras? Qual é a diferença entre acreditar num velho barbudo que entrega presentes numa noite especifica do ano e acreditar que exista um senso comum que designa o que é justo ou injusto? Esses conceitos sociais partem sobre o que escolhemos enquanto sociedade para nos reger, nos deixar sermos nós mesmos, sermos humanos.
O filme em si nos coloca uma visão surpreendente de como as fantasias com as quais escolhemos acreditar fazem com que olhemos para o mundo e vejamos nele uma ordem na grande dança caótica que é universo. Quando o filme nos mostra todo o esforço da Morte (ironicamente cheia de vida) faz para manter viva a crença na figura do Hogfather é uma maneira de mostrar como o processo humano de organização social acontece. É a partir do exercício e da formação das nossas fantasias/crenças que nos postamos a realidade dentro do universo.
A aventura em si é a afirmação dos pontos entre fantasia e realidade. Será que existe uma diferença? Acreditar em algo é dar a esse mesmo algo a possibilidade de existir. Isso não é errado ou certo é apenas acreditar. E sinceramente é isso que faz o mundo mover, acreditar. Assim como a morte nos indaga no filme você pode acreditar que ao leste a alvorada surge trazendo o sol ou apenas que uma bolsa de gás flamejante se levanta e ilumina um globo de terra cheio de terra e água. Qual dos dois está certo? Qual dos dois você escolhe acreditar?
Nesse ponto o filme me lembrou um pouco os questionamentos levantados em “As Aventura de Pi”. Mas em Hogfather os questionamentos vão um pouco além e envolvem outros pontos interessantes da mentalidade dos humanos. Citando a Morte “os seres humanos fazem a vida interessante. Você sabia que em um universo tão cheio de maravilhas eles conseguiram inventar o ‘tédio’”.


E aí? Quem assistiu? Qual a insanidade sobre esse assunto? Deixem comentários aí embaixo!


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