segunda-feira, 1 de junho de 2020

TertúliaView: O Doador de Memórias (The Giver, 2014) de Phillip Noyce

Apesar de ser um filme de ficção-científica e fantasia, ele retrata temas que são muito atuais e vêm sendo muito discutidos ultimamente, como o autoritarismo e o fascismo

+ O Doador de Memórias (The Giver, 2014) de Phillip Noyce
ESCRITO POR PAMELLA
pamella006@gmail.com


No filme as pessoas não tem liberdade nenhuma, e tudo (as casas, cores, roupas, etc.) é padronizado, os anciões acreditam que essa privação de liberdade e padronização seja necessária para que não haja, guerras, desigualdade, fome, peste, etc, então cria-se esta sociedade considerada por eles ideal. Coloquei essa ideia de uma sociedade totalitária (talvez até neofascista) justamente porque as pessoas não têm liberdade alguma e são controladas pelo governo local, o Estado controla a liberdade e vida individual de cada um e ninguém questiona, e nem pode questionar, a autoridade do líder (os anciões no caso). Então com isso conseguimos perceber o quanto seria ruim viver numa sociedade com um líder totalitário pois não teríamos liberdade individual e não poderíamos questionar isso. 
Jonas (Brenton Thwaites) e Fiona (Odeya Rush)
Pensando num momento não tão distante na história da humanidade, podemos relacionar o enredo do filme com o período do Renascimento. Quando o personagem Jonas faz com que a personagem Fiona pare de injetar os medicamentos para ter emoções e sentimentos e quando ele faz com que as memórias voltem para as pessoas e as “libertem” de toda a autoridade e manipulação do governo local, podemos relacionar com o Renascimento e/ou Iluminismo, quando houve a mudança de Idade Média para Moderna e então começou a existir mais liberdade de pensamento, que antes não tinha por causa da atuação da Igreja Católica. O filme pode ser considerado uma obra política e social. Ele retrata uma sociedade em que as pessoas não conhecem a liberdade e então não questionam o que está acontecendo, é isso acontece por causa do regime de governo totalitário em que vivem. 

Doador (Jeff Bridges) e Jonas (Brenton Thwaites)
Para compreender um determinado período histórico, seja o do Renascimento, Iluminismo, ascensão do Fascismo, ou mesmo o período atual que vivemos aqui no Brasil, é muito bom que tenhamos filme desse tipo, pois além de ser um entretenimento, ele ajuda a compreender o que está acontecendo ou o que já aconteceu. O filme retrata uma distopia mas que se observarmos bem o que está sendo retratado, é fiel aos fatos em questão de opressão, manipulação e privação de liberdade. Um filme para que haja um entendimento claro deve haver esse caráter distópico. 
Cameron Monaghan (Asher), Fiona (Odeya Rush) e Jonas (Brenton Thwaites)
Observando agora o contexto em que vivemos neste momento, podemos ver no atual presidente brasileiro (evitamos citar nomes de fascistas) algumas dessas características autoritárias, como quando algum ministro tem divergências com ele mesmo que essas divergências sejam corretas e benéficas para o país no momento, ele simplesmente o demite, isso em meio a uma pandemia, ou quando ele participa de atos a favor do fechamento do congresso e do STF, e da volta do AI-5, o ato institucional mais duro da Ditadura Militar no Brasil e também quando ele tem falas como “Eu sou a Constituição”, nos fazendo pensar sobre a sociedade em que vivemos.

TRAILER LEGENDADO


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