quinta-feira, 9 de julho de 2015

TertúliaView: Transcendence (2014) de Wally Pfister


Direção: Wally Pfister
Roteiro: Jack Paglen
Elenco: Johnny Depp, Morgan Freeman, Rebecca Hall

   Eu tenho um faro pra gostar de filmes que ninguém gostou. Sim meus caros, ninguém gostou de Transcendence . A crítica massacrou, o filme flopou, e por que? Bem, eu sinceramente não sei. O filme pode carecer de falta de originalidade, mas acho sempre bom um filme trazer de volta questões esquecidas. Acho que no fim o filme se embolou na própria ambição ao retomar muitos temas de uma só vez. Ao contrário de Automata em que o diretor se foca na questão do androide e sua humanidade, Transcendence  faz uma mistura de robô, inteligência artificial, a questão da humanidade, ética e moral, a relação do homem com a tecnologia, nanotecnologia, religião e outras coisas.
Johnny Depp depois de ler as críticas

  Só queria falar que o nome do filme é um grande spoiler, e o filme já entrega muita coisa com o nome e com os trailers. Tenta-se criar uma relação com Jesus, mas o filme fala de evolução, e isso vem uma herança de filmes que tratavam dos robôs como evolução ao ser humano. Na série Doctor Who, Daleks e Cybermen são melhorias dos seres humanos, e em Star Trek os Borgs são robôs feitos com matéria orgânica e também seres humanos melhorados. Assim, o início do filme passeia pelo medo do desconhecido, de não sabermos o que poderá acontecer quando conseguirmos um robô/máquina que consiga pensar por si só.

Você será assimilado, resistir é inútil, exterminar!

   A partir do momento em que conhecemos o robô/máquina/androide do filme caminhamos para a questão da humanidade e o discurso sobre evolução continua ao falar de sobrevivência, melhoramento. O androide seria uma melhoramento ao ser humano, mas até que ponto ele poderia continuar sendo cópia do ser humano? Memórias? Blade Runner já mostrou como elas podem ser fabricadas. Sentimentos poderiam fizer isso, mas como ter certeza de que não são artificiais? Neste ponto, Transcendence poderia se tornar qualquer filme em que as máquinas dominam o mundo e faria sentido. Porém, robô/máquina/androide ainda pode provar sua humanidade se demonstrar seus sentimentos, mas ai saímos de uma discussão e entramos em outro, o que torna o humano humano?

Johnny Depp sai de Tim Burton, mas Tim Burton não sai de Johnny Depp

   Com muitas discussões que ninguém quer mexer e por retomar muita coisa de toda uma história de ficção científica, Transcendence se perde no que quer mostrar para quem está assistindo. Porém, não deixa de ser um filme bom que pode agradar quem gosta do gênero.

TRAILER!

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Um comentário:

  1. Tema comum na ficção cientifica, ainda que abordado sob os mais diversos ângulos. Este thriller de ficção científica mais de 100 minutos, eu gostei. Transcendence é um filme estranho e muito futurista que eleva a curto prazo um futuro muito sombrio para toda a humanidade. A coisa interessante sobre este filme é o debate e o dilema moral que surge quando se discute os limites da ciência e tecnologia. Transcendênce é o primeiro filme que fez Wally Pfister, diretor de fotografia de quase todos os filmes de Christopher Nolan.

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