terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Tertúlia Indica: "Mangue Negro" (2008) de Rodrigo Aragão

O grande Rodrigo Aragão já teve uma análise realizada aqui no blog, sobre o filme "Mar Negro" (2013), mas agora vamos com seu primeiro longa-metragem, o também negro, "Mangue Negro" (2008). Com muito insanidade na cabeça e com uma gravata no pescoço começamos nosso #TertúliaIndica de hoje!

+ Mangue Negro (2008) de Rodrigo Aragão



Quem nunca ouviu a música "Manguetown" de Chico Science & Nação Zumbi? Talvez seja essa a inspiração de Aragão para fazer essa grande obra prima do GORE!

"Fui no mangue catar lixo
Pegar caranguejo
Conversar com urubu"

(JÁ PENSOU ENCONTRAR UM ZUMBI?)
clique aqui 

Fica com a sinopse ai: "Certo dia, em uma comunidade de pescadores e catadores tão pobre quanto fora do tempo, a natureza resolve mostrar seu lado macabro. Do manguezal de onde sai o mísero sustento emergem zumbis canibais. Ninguém sabe o que causa a contaminação. O que importa é fugir e sobreviver para fugir de novo."(by Cineplayers)


Mas velho, você pode chegar aqui e falar... "Putz, mais um filme de zumbi"... É, mais um filme de zumbi sim... MAAAS, conta com a genialidade de Aragão que transforma essa história essencialmente GORE em uma obra de arte! ISSO MESMO!


Baixo orçamento nunca foi desculpa para que diretores INSANOS surgissem pelo mundo, vide Peter Jackson e seu "Bad Taste" (1987) (ou como no título nacional, "Náusea Total") ou David Cronenberg e o seu "Calafrios" (Shivers, 1975)... É nesse meio que surge o capixaba Rodrigo Aragão, que pega uma história simples, zumbis e uma dama em perigo, transformando numa obra prima que faz nossa cabeça pirar. Envolvendo diferentes moradores do mangue com histórias paralelas que se cruzam de maneira perfeita.


A maquiagem desse filme é sensacional, se não foi possível contratar atores famosos ou grandes cenários é na maquiagem que o filme mostra um de seus pontos positivos... contando sempre com a criatividade da produção.


Outro ponto interessantíssimo desse filme é a câmera, afinal se a câmera é a nossa perspectiva na narrativa, Aragão consegue deixar nossa perspectiva totalmente desorientada com ângulos inesperados, aproximações, cortes e muitas outras técnicas que mostram que realmente esse filme não é mais um do gênero de zumbi. 


E nessa correria louca, temos uma parte muito interessante com uma personagem chamada Dona Benedita, em que é retratada como uma grande fonte de sabedoria, tanto da comunidade do mangue como de tratamentos de pessoas mordidas por zumbis!!! VELHOS SÃO FODAS HEIN... 

"Sopa de Taioba sem pimenta num da certo não."
Por causa desses aspectos tão inovadores realizados alguém autodidata o filme merece entrar na sua lista de "filmes para assistir". Segundo o próprio diretor, ele aprendeu tais técnicas através de repetidas tentativas e assistindo filmes e seus respectivos 'making of'. O RESULTADO? Prêmios que não acabam mais pelo mundo: Brasil, Argentina, Chile, Inglaterra e o Cosmos é o limite! 


Recriando momentos que "amamos tanto" em filmes como "Evil Dead" (1981) de Sam Raimi ou em produções de George Romero, faz um filme único ao adaptar a clássica história de zumbis para a vida nos mangues. PERFEITO!


Se liga na trilha sonora desse filme, realizada pela Orquestra Sinfônica do Estado do Espírito Santo, que faz com que nossa mente pire com cada cena de correria desse filme. Basicamente o filme é pura correria, quase um "Corra Lola Corra" (Lola Rennt) de Tom Tykwer com zumbis! Fique com essa cena abaixo:


Em vez do costumeiro "FIQUE COM O TRAILER" após a análise tertuliana, hoje deixo o MAKING OF do filme... simplesmente INSANO!




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