quinta-feira, 20 de agosto de 2015

TertúliaView: "Maníaco" (Maniac, 2012) de Frank Khalfoun

Em 1896 ocorreu a primeira exibição pública comercial de um filme, com a película "A chegada do trem na estação" (L'Arrivée d'un train en gare de La Ciotat, 1985) de Auguste e Louis Lumière. Mas o que aconteceu com o público que é algo realmente INSANO: a plateia pira e acha que um trem está chegando de verdade na sala e todos saem correndo da exibição! UM LEGÍTIMO DE UM FRACASSO, NÃO? Não mesmo!!! Hoje o cinema é uma das artes mais populares do mundo inteiro! "COMO ASSIM???"

+ Maníaco (Maniac, 2012) de Frank Khalfoun

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Talvez essa paixão que temos pelo cinema venha do desejo de viver aquilo que não nos é permitido, isto é; aventuras, amores, suspenses e medos que muitas vezes somos renegados na vida real e que podemos desfrutar em nível máximo com um bom filme, no caso, de terror. Por isso mesmo talvez aquelas pessoas que saíram correndo da sala de exibição de "A chegada do trem na estação", são as mesmas que convidaram muitas pessoas a assistir outras sessões e tenho certeza que elas mesmas retornaram muitas vezes para outros filmes. Se nosso amor pelo cinema se deve pelo fato de vivenciarmos momentos arriscados, imagine a possibilidade de sermos um psicopata sanguinário? CHANCE IMPERDÍVEL HEIN!

Elijah Wood (Frank)
Frank Khalfoun talvez tenha pensado isso ao resolver refilmar o filme "O Maníaco" (Maniac, 1980) de William Lustig com um adicional a mais que faria toda a diferença: uma câmera em primeira pessoa, o que vemos é aquilo que o psicopata vê (ou vice versa, sei lá!). Tendo uma infância cheia de abusos e maus tratos Frank (Elijah Wood) se transforma numa pessoa estranha e que comete assassinatos regularmente, tirando o escalpo das vitimas e "dando vida" a sua coleção de manequins. Com essa câmera sempre posicionada na perspectiva de Frank se torna fácil ter empatia pelo personagem e assim nós nos tornamos "parceiros" de aventura.


O diretor Michael Powell já tentou trabalhar dessa maneira em "A Tortura do Medo" (Peeping Tom, 1960), tendo como protagonista uma pessoa com um infância difícil e uma busca INSANA por assassinatos, sempre com sua câmera para registrar tudo. Esse "registro" que o diretor Khalfoun mandou muito bem em "Maníaco", pois a câmera em primeira pessoa mostra que talvez o espectador de um filme não seja nada mais que um psicopata em busca de aventuras. A aventura pode ser um trem destruindo tudo ou um assassino em série, o que vier é lucro! 

 Nora Arnezeder (Anna) e Elijah Wood (Frank)
Com efeito especiais e posicionamentos de câmera INSANOS, o filme se torna GENIAL ao mostrar a morte como algo lindo, a violência se torna uma arte novamente! Violência completada com brisas sobre a solidão, a perda de afeto e apresentando discussões sobre a valorização da estética antes de qualquer conteúdo pessoal. Se tais cenas de violência poderiam ficar mais fortes eu não sei, pois temos ninguém mais que Alexandre Aja no roteiro, diretor do extremamente TENSO "Alta Tensão" (2003).


Quase um "Bastardos Inglórios" hein?
Bom trabalho... MAS PERAI! Ela era Nazi?
Se hoje o cinema é tão popular como é, talvez seja pela nossa vontade de enfrentar medos ou de presenciar atrocidades... Aqui em "Maníaco" atrocidades são o que não falta e tudo em primeira pessoa. Se temos algum culpado por tudo isso não seria o diretor, ou a produtora e nem os roteiristas... Mas sim VOCÊ, espectador... Que tenho certeza que está cheio de vontade acompanhar esse filme INSANO, não é? Alguém já te chamou de Maníaco?



Arte de Slippery-Jack - Richard Wells
TRAILER LEGENDADO


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