Tenho duas perguntas a fazer para
você: Qual o último filme suíço que você parou pra assistir? Bem, agora a
outra: Qual foi o último filme suíço de sci-fi que você assistiu?... Difícil
essas né? Mas se preocupa não meu velho! O Cine Tertúlia, sempre trabalhando em
prol da INSANIDADE, vem aqui para fazer indicações fora do nosso círculo de
conforto (leia-se Hollywood) e explodirvosso cérebro com filmes, independente do lugar de onde vieram... Então
vamos lá!
+ Cargo (2009) de Ivan Engler e
Ralph Etter
Poster do filme
Para começar sendo franco com
vocês, sou um grande fã de sci-fi e seria impossível não parar para assistir o
primeiro filme de ficção científica da Suíça! HA! Assim o que de novo essa obra traz pra nóis? Te respondo:
ABSOLUTAMENTE NADA! Infelizmente é isso. Não é um filme ruim, mas também num é
uma obra revolucionária feita pelas novas mentes do sci-fi moderno! Mas o que há
de "Tertúlia Indica" nesse filme é a junção de maneira
consciente de diversos elementos que costumamos ver em diversos filmes do
gênero (principalmente os dos States).
Como trama temos a humanidade em
2267, em que a Terra já não é mais habitável e assim todos os humanos vivem em
estações espaciais abarrotadas e sujas, lembrando muito da atmosfera
emporcalhada de muitos sci-fi distópicos (leia mais sobre aqui), como "Blade Runner" (1982) de Ridley Scott. O único lugar possível de se habitar tranquilamente é um planeta
chamado Rhea, um lugar perfeito e
paradisíaco, como apresentado no recente "Elysium" (2013) de Neill Blomkamp.Nossa protagonista (sim é uma MINA, mais
respeito!) é a Dr. Laura Portmann (Anna-Katharina Schwabroh) que irá trabalhar
numa nave de carga (protagonista feminino, numa nave de carga, muito "Alien" (1979) também de Ridley Scott
não?) para poder conseguir dinheiro e ir finalmente a Rhea, esse trabalho terá
a duração de 4 anos e irá até uma estação chamada "Estação 42"
(possível referência à Douglas Adams e seu "O Guia do Mochileiro das Galáxias"?) e assim eventos inexplicáveis começam acontecer e o clima de
tensão aumenta cada vez mais.
Como já mencionado o filme tem
grande semelhança com Alien, sempre dentro da nave, corredores escuros e sujos,
luzes que não se mantém acessas. Tudo para deixar você com o "cú na
mão" hein. Mesmo mostrando inovações nessa intensa mistura de
lugares-comuns do gênero o filme infelizmente cai em alguns momentos com fórmulas batidas, como
romances entre personagens e conspirações de fundo. Mas um coisa não podemos
botar defeito, os efeitos especiais são sensacionais, que não ficam só no
"exaltem essa obra gráfica" mas servem de auxiliar na história, ao
demonstrar a solidão e a perspectiva conflitante dos personagens.
A discussão primordial do filme,
que você encontrará mais ao final, se concentra na simulação da realidade, em
como nossos objetivos de vida muitas vezes não são na verdade ilusões, como
vimos e revimos no GENIAL "Matrix" (1999) de Andy Wachowski e Lana Wachowski, mas com um suspense digno de se respeitar. ASSISTA!
FIQUE COM O TRAILER
SCI-FI É INSANO, NÃO É? CURTIU O TEXTO?
COMENTA AI! PARTICIPE! NÃO DEIXE A TERTÚLIA ACABAR!
Bem, o que posso falar de "O
Abutre" sem mencionar a palavra "FOOODA" a cada frase
terminada... Meio impossível isso, mas tentarei caro Tertuliano, pois o filme
em questão é "DO CARALHO!"
+ O Abutre (Nightcrawler, 2014)
de Dan Gilroy
Na estreia na direção, Dan Gilroy
(famoso por roteiros como "Dublê de Anjo" e "O Legado Bourne"), consegue destruir nossa mente como um diretor de longa data,
construindo um filme deveras INSANO e cheio de eventos que nos fazem pular da
cadeira.É isso mesmo cara, esse filme
aqui merece um lugar na sua agenda para ser conferido hein...
Preparado para o espetáculo?
As imagens iniciais mostram uma
Los Angeles que acreditamos não existir, uma cidade vazia com ruas sem agito,
uma Los Angeles com um cotidiano comum a todos nós, não aquela que
interessa à audiência que iremos encontrar durante o filme. Mas é nessas
madrugadas que muitos "freelancer" correm contra o tempo e seus
rivais para entregar morte e sangue a tempo do café matinal a diversas
famílias. Tal "profissão" só existe pois ela possui uma demanda, e
quem seria ela? Um canal de televisão sedento por dor e morte ou nós os
espectadores? E ai que se encontra o tapa na cara do nosso filminho lindo:
construir uma crítica INSANA à nossa sociedade do espetáculo, nos colocando em
confronto com nós mesmos.
Como ponto de partida podemos
colocar a ideia da "veracidade jornalística", ou seja, a
"verdade" apresentada nos meios de comunicação que, no caso, são os
telejornais, ás vezes podem não ser tão reais assim. Isso mesmo! Você que sempre diz "boa noite" pro topetudo
do William Bonner talvez ficaria com vontade de quebrar o nariz dele depois de
assistir essa obra aqui. Pois ele trata de um jovem chamado Lou Bloom (Jake Gyllenhaal) em sua busca diária por imagens exclusivas e chocantes, afinal,
"é disso que o povo gosta né?". Ou como diz Nina (Rene Russo) os
telespectadores de sua emissora possuem preferências, isto é...
"Os espectadores estão mais interessados em crimes urbanos, que
gradualmente se alastram aos subúrbios. O que significa que teremos uma vítima,
ou vítimas, de preferência brancos endinheirados. Alvos típicos dos pobres e
minorias."
Jake Gyllenhaal e Rene Russo
Isso mesmo meu amigo, os tais
"fatos" que você recebe todo dia podem ter sofrido um processo
seletivo para melhor lhe atender, isto é, aquilo que você "gosta" de
ver e só. A realidade? Ela é muito relativa! O que existe sim é a "Sociedade
do Espetáculo"! Como apresentado no clássico filme "A Montanha dos Sete Abutres" (Ace
in the Hole, 1951) de Billy Wilder, em que Charles Tatum (Kirk Douglas) é um
jornalista que busca o sucesso e transforma um resgate de um mineiro que
duraria poucas horas em uma notícia nacional para arrecadar fama e sucesso,
transformando uma simples cidade num show com infinitos interesses de fundo.
Na imagem: "FALE A VERDADE". Mas... Qual "VERDADE"?
E quando nosso querido
protagonista Lou Bloom percebe isso ele se joga nesse mundo sujo da construção
dos fatos, tudo em busca de algo maior, a concretização do "Sonho Americano" em sua vida, como ele mesmo fala logo no início do filme...
"Desculpe, senhor. Estou procurando trabalho. Na verdade, estou
decidido a seguir uma carreira onde possa me especializar e atingir objetivos. Quem
sou eu? Um trabalhador esforçado. Estabeleço metas ambiciosas e sou conhecido
pela persistência. Não estou tentando enganar, senhor. Não cresci nessas
reformas pedagógicas com excesso de autoestima. Espero apenas que a minha
vontade seja respeitada. Mas sei que a cultura mundial já não satisfaz essa
lealdade laboral que costumava ser prometida às novas gerações. Na minha
perspectiva, senhor... Os benefícios aparecem àqueles que se matam trabalhando.
E as pessoas como o senhor, que atingiram esse posto, não conseguiram isso de
mão beijada. O meu lema é: Se quer ganhar na loteria, tem que juntar dinheiro
para comprar o bilhete."
Que merda de discurso né? Mas
infelizmente é o que nosso Lou acredita e o que muitos acreditam, na chamada
Meritocracia, isto é, um sistema de gestão que considera o mérito como a razão principal para se atingir posição de topo, mas a arbitrariedade reina
nessa crença. Afinal o que é ser melhor? O que é ser bom? Mas a crença vive e
se sustenta forte no pensamento de nosso protagonista (e de muitas pessoas!).
Assim o filme explora a ideia do "Sonho
Americano", a crença de que existe uma igualdade de oportunidades e de
liberdade que permite que todos os estadunidenses atinjam seus objetivos na
vida somente com seu esforço e determinação. Crença essa que se transforma em
algo real, afinal, se o historiador Hilário Franco Júnior alega que Deus existe
pois ele influência o mundo na política, na economia e em outros campos,
podemos afirmar que o Sonho Americano existe, pois quem não acredita que se o
ato de se esforçar garante o sucesso? Quem não acredita que a riqueza vem com o
trabalho? Quantos imigrantes não vão aos Estados Unidos buscando a "terra
das oportunidades"? Fica difícil destruir um dogma como esse se é a crença
nesses valores que baseamos nossa vida, não é?
Podemos ressaltar a atuação
brilhante de Jake Gyllenhaal (possivelmente a melhor de sua carreira), que pode
ser o resultado de duas atuações destruidoras com o diretor Denis Villeneuve em
"Os Suspeitos" (Prisoners, 2013) e "O Homem Duplicado"
(Enemy, 2014) (que são dois filmes também INSANOS). Gyllenhaal beira a
comparações com Heath Ledger e seu INSANO Coringa em "Batman - O Cavaleirodas Trevas" (The Dark Knight, 2008) de Christopher Nolan e com Christian Bale como Dickie Eklund em "O Vencedor" (The Fighter, 2010) de David O. Russell. INSANO, imperdoável e genial! Nosso Jake teve que emagrecer cerca
de 10 quilos para encarar esse papel, o deixando com um aspecto doentio ou
"morto de fome" (um abutre como no título do filme).
Um ponto interessante de ressaltar
na direção de Dan Gilroy é o foco no trabalho de Lou Bloom, não conhecemos sua
vida pessoal, não sabemos se tem amigos ou familiares, só sabemos que ele busca
o sucesso! Numa busca por sexo tenta convencer a personagem Nina a isso, mas se
o ato é realizado ou não ele não é apresentado em nenhum momento no vídeo, pois
acredito que a intenção foi apenas mostrar o quão cínico é o nosso protagonista
e focando somente em seu "trabalho" de freelancer.
Assim jogo essa brisa na sua cara
(como foi jogada em mim após o filme): mesmo olhando para todo esse roteiro
doentio, nós como espectadores torcemos por sangue, desejamos ver a INSANIDADE
prometida no trailer. Indício de uma sociedade que cada vez mais vulgariza a
violência e como ela se transformou num espetáculo necessário para nós.
Acredito que o filme tem um único
objetivo: denunciar uma sociedade pervertida em que todas as relações se
tornaram impessoais, recheadas de interesse, a empatia já não existe mais! E
assim faz valer a máxima de Thomas Hobbes: "O
homem é o lobo do homem", ou seja, todos os seres humanos possuem o estado natural do
conflito! Como adquirir a paz então? Hobbes defende um contrato, um pacto para
que as pessoas renunciem sua liberdade em nome da segurança, assim defende um
Estado forte e centralizado, para que não deixe o homem se rebelar contra ele
mesmo. Assim tomo a liberdade de mandar Hobbes "tomar naquele
lugar!", pois que tipo de sociedade é essa em que temos que nos relacionar
apenas por contrato e interesses? Se é para nos protegermos da guerra, não é
uma guerra aquilo que vemos na obra de Gilroy? Quando Lou bola mirabolantes
planos para suas exclusivas, não é uma quebra do contrato? Que sociedade é essa
que acreditamos que defende a primazia por interesses e negociações? Acho que o
ponto forte desse filme é esse: nos questionar sobre aquilo que acreditamos e
que tipo de relação estamos defendendo no nosso dia a dia.
Cine Tertúlia desejando um feliz natal para a galeris!
"Então é Natal...",
sinceramente sempre odiei essa frase! "Que seja feliz quem souber o que é
o bem..." Mano, vai se ferrar hein! Desejar felicidade somente para aqueles que
possuem uma perspectiva de moral semelhante a sua? Se é a paz que a música
deseja, ela não conseguiu concluir seu objetivo, porque aqui só tem gente com
ódio! Vamos "tertuliar" então, pois mesmo com raiva ou com amor, esse dia ele irá acontecer, é hoje, no dia 25... E uma coisa que nós do
Cine Tertúlia nunca fazemos, deixar a vida acontecer sem INSANIDADES, então lá
vai mais uma! SEGURA!
Muito ódio por aqui rapá!
+ Tertúlia Análise: Cinema Natalino
i'll be back in christmas
Para início de papo acho legal
falarmos acerca da construção ocidental do Papai Noel, sim meu amigo ele não
existe! Muitos alegam que ele foi inspirado em São Nicolau, um arcebispo que
costumava ajudar pessoas mais pobres. Mas outros afirmam que na Grécia Antiga, no
dia de São Basílio, era comum a troca de presentes entre as pessoas. Assim se a
origem do "bom velhinho" é algo agitado a versão moderna dele é
totalmente comercial. Ou como diria a jornalista britânica Katharine Whitehorn,
"do ponto de vista comercial, se o Natal não existisse seria preciso
inventá-lo". E é nesse momento que entra a gigante do capitalismo mundial,
a Coca-Cola, que, já no século XIX, realizou uma linda propaganda natalina de
seu produto, como? Criando um Papai Noel como um velhinho gordo e feliz de
vermelho, "COMUNISMO!!!", não meu querido Tertuliano, o vermelho em
questão é a cor da própria marca, atualmente a maior produtora de refrigerantes
do mundo. Por curiosidade, você já viu alguma propaganda da Pepsi (a principal
concorrente da Coca-Cola) sobre Natal? Simplesmente não existe, pois o Natal é algo totalmente Coca-Cola! E não é à toa que o refrigerante Dolly
tenha um Papai Noel verde...
MAIS RESPEITO PELO "DOLLY" AGORA HEIN...
D. W. Griffith
E cinema então, como um grande
veículo difusor de pensamentos pelo mundo, aderiu esse aspecto comercial que só o
Natal poderia proporcionar de maneira perfeita! Logo em 1909, o famoso diretor D. W. Griffith - que no futuro faria o polêmico "O Nascimento de uma Nação" (The
Birth of a Nation, 1915) - faz o vídeo, de apenas 15 minutos, chamado "Uma Armadilha para Papai Noel"
(A Trap for Santa Claus, 1909), mostrando um lado triste da sociedade
americana, antes de um Estados Unidos como potência mundial, apresentando uma
família com um pai desempregado e que bebe para esquecer os seus problemas,
deixando sua família para trás. Seus filhos decidem montar uma armadilha para o
Papai Noel na véspera de Natal. Vemos portanto que está jogada a semente, que dura até
hoje no cinema, mesmo se sua vida tiver uma merda, o Natal está ai para renovar
esperança, mesmo que você precise armar pra cima do velhinho vermelho!
Poster de "Duas Semanas de Prazer"
A indústria cinematográfica
percebeu que o Natal poderia arrecadar muito "amor" para o bolso
deles, logo na década de 1940, no pós-guerra, a necessidade de gerar esperança
naquela sociedade era de extrema importância. De tal modo surgem filmes como
"Duas Semanas de Prazer" (Holiday Inn, 1942) de Mark Sandrich, filme
que marca nosso natal até hoje pois foi dele que surgiu a música "White
Christmas", de Irving Berlin e tem Bing Crosby cantando e Fred Astaire
dançando, mais espetáculo que isso não existe; ou como "Um Anjo Caiu doCéu" (The Bishop's Wife, 1947) de HenryKoster, exaltando a instituição da família e da Igreja; e para cagar mesmo na
gente chega o famoso "De Ilusão Também Se Vive" (Miracle on 34th Street, 1947) de George Seaton,
afirmando que existe mesmo o Papai Noel!
Episódio de "Bob Esponja".
Tem até a BIZARRA premissa de
"Uma História de Natal" (A Christmas Story, 1983) de Bob Clark em que
temos um criança que quer de todo jeito um espingarda de presente de Natal.
VIVA O TEXAS! E assim na década de 1980 diversos filmes sobre a temática, como
"Santa Claus - A Verdadeira História de Papai Noel" (Santa Claus,
1985) de Jeannot Szwarc, que eu não sei o que tem de "verdadeira", que expõe uma crítica a intensa
comercialização do Natal reafirmando o "verdadeiro" espírito de Natal; também
surge o filme "Férias Frustradas" (Vacation, 1983) de Harold Ramis,
eu particularmente nunca gostei desse filme, mas só que muita gente gostou e os
produtores decidiram colocar o louco personagem de Chevy Chase em um clima mais
natalino, dai nasceu "Férias Frustradas de Natal" (Christmas Vacation,
1989) de Jeremiah S. Chechik.
Mas nem todos gostam tanto assim
do Natal, como no evento da queima do boneco de Papai Noel por crianças
francesas, em 1951, reação geral contra a americanização dos costumes, rendendo
até um livro "O suplício do Papai Noel" do antropólogo Claude Lévi-Strauss, discutindo as dimensões culturais ocultas do Natal e da figura do
bom velhinho. E assim o cinema mais uma vez mostra vida ao sair dos clichês,
apresentando novas perspectivas sobre o Natal, como o tenso "Gangues do Gueto" (R X'mas, 2001) de Abel Ferrara ou um "Duro de Matar" (Die
Hard, 1988) de John McTiernan, sim esses dois filmes se passam no Natal! Se
quiser continuar temos o clássico "Gremlins" (1984) de Joe Dante com
suas lindas criaturinhas e as estranhas histórias natalinas de Tim Burton em
"Edward Mãos de Tesoura" (Edward Scissorhands, 1990) do próprio
Burton e o mais estranha ainda em "O Estranho Mundo de Jack" (The
Nightmare Before Christmas, 1993) de Henry Selick. Se estiver afim de um role mais
tenso ainda temos um "Problemas Femininos" (Female Trouble, 1974) de
John Waters, mesmo diretor do grotesco "Pink Flamingos" (1972); o
filme "O Dia da Besta" (El Día de la Bestia, 1995) do sempre BIZARRO ÁlexDe La Iglesia, apresentando uma possívelvinda do Anti Cristo no dia 25 de Dezembro; o "Uma Noite de Fúria"
(Santa's Slay, 2005) de David Steiman, que mesmo tendo uma premissa sensacional o
decorrer da história não lança muita coisa nova. Nessas horas podemos ir até
com o clássico do terror "Brinquedo Assassino" (Child’s Play, 1988)
de Tom Holland, já que se passa na época do Natal. E assim temos o clássico
"A Felicidade Não Se Compra" (It's a Wonderful Life, 1946) de Frank Capra, que trata de um assunto tenso como o suicídio; os dramas "Lado a Lado" (Stepmom, 1998) de Chris Columbus para mostrar que o amor é possível para
todos no Natal; "Um Conto de Natal" (Un Conte de Noël, 2008) de Arnaud Desplechin, com dramas familiares; "Feliz Natal" (2008) de Selton Mello, mais dramas familiares; e o também "Feliz Natal" (Joyeux Noël,
2005) de Christian Carion, mas aqui o drama é a 2ª Guerra Mundial.
Neste aspecto os filmes de natal
se mostram como uma encruzilhada. Apesar de mostrarem um momento de esperança
renovada e uma crença na bondade do mundo tudo isso é meio que uma ilusão
criada pelo consumo, luzinhas brilhantes, pegar balinha do Papai Noel do
shopping. Mas mesmo representando tantas coisas contraditórias podemos pegar a
mensagem positiva do natal e olhar para ela criticamente. Como nosso querido
Arnoldão no já mencionado "Um herói de brinquedo", o mais importante
não era consumir, mas estar em família, então que o principal não seja
consumir, mas espalhar o “espírito de natal” durante todo o ano, acreditar que
este espírito vá além do dia 25 de dezembro, que ele vai além de presentear, um
abraço é um presente as vezes... Que ser Papai Noel é levar um sorriso para
alguém, se nada disso é real, se tudo o que é o Natal se transforma em consumo,
vamos manifestar que a esperança existe, principalmente sem esse intenso
consumo. Portanto assim nos encontramos, num intenso consumo (tanto de produtos como de ideias) mas ainda acreditando em algo maior: NA GRAVATA!