Cena inicial SENSACIONAL do filme! |
+ O Segredo dos Seus Olhos (El Secreto de sus Ojos, 2009) de Juan José Campanella.
Poster de "O Segredo dos Seus Olhos" |
O filme começa de maneira perfeita: com memórias - memórias de nosso querido Benjamín
Esposito, interpretado pelo sempre
presente Ricardo Darin -uma memória de uma partida... de um romance... de uma
brutalidade... Afinal qual delas é a VERDADE? No decorrer do filme descobrimos
que todas são a VERDADE, ou melhor, partes de uma verdade, diferentes
perspectivas de um fato. Que não sai das lembranças de Esposito, pois esse passado
marcou ele de maneira tão intensa, que mesmo estando aposentado e velho, ele
não consegue esquecer. Assim, agora aposentado, decide colocar essa lembrança
no papel, quer escrever um livro sobre... Mas é aquela história: mexer com o
nosso passado é mexer com seus frutos, é mexer com nós mesmos.
De tal modo
conhecemos que ele foi um grande investigador, batendo de frente com
as burocracias do sistema de justiça, sempre se dedicando
ao máximo em seu
trabalho. É nesse contexto que fica encarregado de um brutal caso de abuso sexual, que
irá marcar tanto sua vida como de seus colegas de trabalho. E nesse momento que
decide escrever um livro sobre isso, faz algo que nunca teve a mesma coragem de
fazer: enfrentar a si mesmo - assim como enfrentava o sistema de justiça! E do
mesmo modo que falei, enfrentar seu passado é como lutássemos contra nós
mesmos.
Ricardo Darín e Guillermo Francella. |
Mas o filme se atem sempre a
questão de um homem que enfrentou a tudo, menos a si mesmo, assim nessa nova
tentativa de olhar seu passado virão novas interpretações, novas memórias serão
criadas (lembre-se a memória nunca é estática, está sempre em movimento). Como
ele mesmo diz:
"Como pude não ter feito
nada?
Há 25 anos que me pergunto,
e há 25 anos que respondo a mim
mesmo:
'foi outra vida, já passou... não
pergunte, não pense.'
Não foi outra vida... foi esta!
É
esta! Agora que entendi isso..."
Veja só que INSANO, nosso querido Benjamín Esposito decide fazer aquilo que sempre teve medo de fazer: reconhecer que seu principal adversário nada mais é do que ele mesmo! E logo percebe que a desculpa de seu "inimigo" ser algo que já aconteceu, não quer dizer que não possa afronta-lo... Sim, isso mesmo! Afrontar suas raízes, pensar sobre aquilo que você era e o que você acreditava, refletir sobre ele é algo MUITO surreal (vide o intenso "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças" de Michel Gondry), assim como o personagem Morales alega para Esposito.
"Não fique mais imaginando,
não fique pensando
no que aconteceu, no que não aconteceu...
senão vai ter mil passados, e nenhum futuro.
Não pense mais, não vale a pena.
Fique somente com as lembranças."
no que aconteceu, no que não aconteceu...
senão vai ter mil passados, e nenhum futuro.
Não pense mais, não vale a pena.
Fique somente com as lembranças."
Portanto vemos que muitos consideram a memória como algo indiscutível, "aconteceu e só"... Mas o filme de Campanella vai além da discussão se ela pode ou não ser discutida, mostra como cada personagem se relaciona com esse fato, com essa lembrança cheios de sentimentos relacionados: amor, afeto, dedicação, ódio, aversão, animosidade, vingança, desafronta e etc. Somos seres humanos, não somos rótulos de SIM ou NÃO, somos seres em constante transformação, ao enfrentarmos nosso passado, acreditarmos no presente e imaginar um novo horizonte algo de novo surgirá. O que? Sinceramente não sei! E assim o filme termina de maneira cômica e perfeita! De um "TEMO" para um "TEAMO".
"- Tenho que falar com você.
- Vai ser complicado!
- Não me importa!
E AI? CURTIU NOSSA INSANIDADE DE HOJE? NÃO CURTIU? COMENTE!
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