EXPLOSÕES.... EXPLOSÕES... EXPLOSÕES! É DISSO QUE GOSTAMOS NO FINAL! |
Afinal
que motivo nos leva a assistir um filme? Já parou para se perguntar
isso? Afinal de contas em uma vida tão padronizada como a vida moderna,
as aventuras, as emoções são deixadas de lado em nome de algo dito
maior. Onde nós encontramos nossas aventuras? No cinema! No conforto de
um lugar seguro vivemos nossas mais emocionantes aventuras... Não é à
toa que muitos defendem a ideia do cinema como sinônimo de VIDA, por fazer nascer em nós tais emoções!
+ CINEMA CATÁSTROFE
+ CINEMA CATÁSTROFE
Quanto mais catástrofe... MELHOR! |
Assim não há nada mais "perigoso" do que assistir um filme sobre
catástrofes! Sobre algo que ameaça a existência de pessoas - com
personagens sempre interpretadas por atores populares, deixando a
empatia do espectador bem mais fácil. Podemos apontar como
características desse gênero o aspecto apocalíptico, o melodrama, cenas
de ação e muitos efeitos especiais, tudo para aumentar a tensão. Afinal,
você está pagando por essa aventura não? E a partir dai o roteirista
lança na história somente elementos para causar o pânico: acidentes
nucleares ou naturais, incêndios, terremotos, alienígenas... Tais
elementos não variam muito, pois os filmes do gênero costumam possuir
roteiros muito semelhantes.
O planeta Terra sendo atingido por um meteoro... cópias dessa premissa é o que não falta! |
Muitos acreditam que tal gênero
surgiu na década de 1970, nesse período o mundo passava por intensas
mudanças de opinião, sendo o resultado da década de 1960 com todos seus
movimentos de contestação. E mesmo com a Guerra Fria chegando a níveis
de apaziguamento, com diversos acordos entre URSS e os EUA, a Guerra do
Vietnã provava que ainda uma intensa Guerra entre o capitalismo e o
comunismo era possível.
Uma 3ª Guerra Mundial era fácil de se esperar... |
O cinema, como reflexo dessa realidade,
apresentou diversos filmes que quebram com um discurso hegemônico
presente até então, conhecemos "Laranja Mecânica" (A Clockwork Orange, 1971) de Stanley Kubrick, "O Último Tango em Paris" (Ultimo tango a Parigi, 1972) de Bernardo Bertolucci e "Taxi Driver" (1976) de Martin Scorsese que apresentam discussões até então ignoradas. Surgindo também diversos filmes do gênero de terror como "O Exorcista" (The Exorcist, 1972) de William Friedkin, "O Massacre Da Serra Elétrica" (The Texas Chain Saw Massacre, 1974) de Tobe Hooper, "Tubarão" (Jaws, 1975) de Steven Spielberg e "Carrie, a Estranha" (Carrie, 1976) de Brian De Palma. Nesse ambiente aparece um "Apocalypse Now" (1979) de Francis Ford Coppola, com uma crítica feroz da INSANIDADE da guerra, assim como "MASH" (1970) de Robert Altman. Guerra? Quer algum resultado mais coevo dela no cinema do que "Star Wars" (1977) de George Lucas?
São filmes chave para entender esse período, pois a espera de uma
catástrofe em meio esse espaço de experiência torna-se comum em
ambientes conservadores.
Com uma galerinha dessa questionando tudo o que uma sociedade tinha de certeza dogmática, algo de merda era esperado pelo futuro. |
Assim o primeiro longa considerado explicitamente um filme catástrofe foi "Aeroporto" (Airport, 1970) de George Seaton - muitos consideram "Metropolis" (1927) de Fritz Lang como o primeiro filme catástrofe. Temos "Inferno na Torre" (The Towering Inferno,
1974) de John Guillermin, contando a história do maior edifício do
mundo, com 138 andares, mas só que especificações não foram seguidas e o
pior acontece: um incêndio começa (conta com Paul Newman
e Steve McQueen, dois atores muito populares da época), refletindo
muito bem o imaginário daquele período, em que se construiu uma
"sociedade perfeita" (décadas anteriores) mas só que especificações não
foram "seguidas corretamente" (questionamentos da década de 1960)
fazendo com que florescesse o sentimento de perda total, a "queima" dos
valores que muitos defendiam (década de 1970). Valores abatidos como se
fosse por uma onda gigantesca, apresentada em "O Destino do Poseidon" (The Poseidon Adventure, 1972) de Ronald Neame, com Gene Hackman e Ernest Borgnine,
em que um transatlântico de luxo é atingido na véspera de Ano Novo por
uma onda gigantesca, "onda" essa que virou a sociedade americana (e o
navio do filme) de cabeça para baixo. E se estamos falando de valores
nada melhor do que chamar Charlton Heston, símbolo do conservadorismo estadunidense no cinema, para fazer "Terremoto" (Earthquake, 1974) de Mark Robson, mostrando uma sociedade totalmente doentia, beirando a explosão.
Expectativas da galera conservadora da galera da década de 1970. |
Mas o cinema catástrofe não aconteceu somente na década de 1970,
voltando com toda a força na década de 1990, com grandes desenvolvimento
das técnicas de efeitos visuais, com filmes que retratam o mundo a
beira do fim como "Fim dos Dias" (End of Days, 1999) de Peter Hyams (Schwarzenegger tocando o terror no role!), "Impacto Profundo" (Deep Impact, 1998) de Mimi Leder e "Armageddon" (1998) de Michael Bay, como também filmes em homenagens/paródias como "Marte Ataca!" (Mars Attacks!, 1996) de Tim Burton e "Titanic" (1999) James Cameron ou persistindo na catástrofe natural como "O Inferno de Dante" (Dante's Peak, 1996) de Roger Donaldson, "Twister" (1996) de Jan de Bont e "Volcano" (1997) de Mick Jackson. E surge um tal de Roland Emmerich que nos traz filmes como "Independence Day" (1996) e "Godzilla" (1998).
Galera sempre nas ruas causando hein... |
Sendo um período de grande apreensão para com o futuro no mundo
inteiro, afinal é a última década do milênio... O que fizemos até agora?
Na memória recente das pessoas: 2 guerras e outros confrontos que somente
aumentaram tensões. A partir desse espaço de experiência nossas
expectativas se tornaram cada vez mais baixas. Com o colapso da URSS, parecia que toda a
esperança de um sistema alternativo tinha ido por água abaixo, assim
grupos de contestação se tornaram cada vez mais ambíguos desde o
superficialismo e o consumismo até a militância ambientalista e
antiglobalizante.
Muito Nirvava... |
Mas e hoje... Como estamos? Ainda temos Roland Emmerich com filmes de destruição total como "O Dia Depois de Amanhã" (The Day After Tomorrow, 2004) e "2012" (2009) ou ainda "O Núcleo" (The Core, 2003) de Jon Amiel, "Presságio"
(Knowing, 2009) de Alex Proyas que resgata a "perfeita" sociedade de
1950 com profecias catastróficas. Mas temos a genialidade da adição de novas
características, assim aparecem filmes como "O Impossível" (Lo Imposible, 2012) de Juan Antonio Bayona, "Além da Vida" (Hereafter, 2010) de Clint Eastwood, 4:44 - O Fim do Mundo (4:44 Last Day on Earth, 2011) de Abel Ferrara e Tres días (2008) de F. Javier Gutiérrez que mesmo sendo filmes catástrofe possuem um sentimentalismo inédito... MAS... E AI... O QUE ESPERAMOS PARA O NOSSO FUTURO?
PS: Para curiosidade alheia comecei a pirar nessa brisa ai em cima vendo o filme "O Enxame" (The Swarm, 1978) de Irwin Allen.
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