Direção: Valeria Sarmiento
Roteiro: Carlos Saboga
Elenco: Nuno Lopes, Soraia Chaves, Afonso Pimentel, John Malkovich
Se 1808 para o Brasil é a chegada da família real, para Portugal é o início de uma guerra que irá se estender até 1814 e irá destruir o país. Essa é a história que Linhas de Wellington traz as telas. Com a ausência do rei e em consequência da guerra de invasão das tropas napoleônicas, Portugal é uma sociedade desestabilizada: pessoas perdidas, sem rumo, sem passado. Focando na marcha de pessoas o filme é marcado pelo passageiro. E essa marcha segue rumo a Lisboa, onde uma fortificação poderia salvar do invasor.
Xavier e Zé Maria, a trama que atravessa todo o filme
O filme foca sua trama no soldado português Sargento Francisco Xavier e na sua marcha, na sua jornada por essa terra arrasada de corações e mentes. Porém, durante o filme muitas outras história surgem e por alguns momentos "roubam" a centralidade de Xavier. Porém, é um meio de mostrar a diversidade do impacto da guerra em várias pessoas de variadas origens.
Talvez o oposto de Xavier seja Sir Arthur Wellesley, duque de Wellington, interpretado por Jon Malkovich. Suas poucas aparições são pontuais, críticas, e até cômicas, como os diálogos que ele traça com o pintor Lévêque fazendo considerações sobre as obras retratando a campanha inglesa (As pinturas tinha que ser heroicas, não mórbidas). Porém se os antagonistas são os franceses, o filme não deixa claro que os ingleses também não sejam. Quem é realmente o invasor? O que parece surgir é uma guerra de 3 lados: francês, inglês e português. Poucas são as batalhas que são mostradas no filme. O centro do filme é a marcha da população para as fortificações, as Linhas de Wellington, e os franceses no encalço deles. O filme esta mais focado na realidade do povo português e o sofrimento, os dramas que se desenrolam naquela guerra: a perda, a rejeição, a desilusão. Mas também tenta construir em cima disso um heroísmo do povo português, a união e solidariedade que pode surgir do caos, a capacidade de se defender e a capacidade de seguir em frente apesar da terra arrasada, apesar do cerco de seus inimigos, apesar de ter sido deixado pelo rei.
Talvez o oposto de Xavier seja Sir Arthur Wellesley, duque de Wellington, interpretado por Jon Malkovich. Suas poucas aparições são pontuais, críticas, e até cômicas, como os diálogos que ele traça com o pintor Lévêque fazendo considerações sobre as obras retratando a campanha inglesa (As pinturas tinha que ser heroicas, não mórbidas). Porém se os antagonistas são os franceses, o filme não deixa claro que os ingleses também não sejam. Quem é realmente o invasor? O que parece surgir é uma guerra de 3 lados: francês, inglês e português. Poucas são as batalhas que são mostradas no filme. O centro do filme é a marcha da população para as fortificações, as Linhas de Wellington, e os franceses no encalço deles. O filme esta mais focado na realidade do povo português e o sofrimento, os dramas que se desenrolam naquela guerra: a perda, a rejeição, a desilusão. Mas também tenta construir em cima disso um heroísmo do povo português, a união e solidariedade que pode surgir do caos, a capacidade de se defender e a capacidade de seguir em frente apesar da terra arrasada, apesar do cerco de seus inimigos, apesar de ter sido deixado pelo rei.
Não deixa de ser interessante olharmos além-mar e compreendermos um pouco a história de Portugal. Filmado em 2012 o nome do filme faz menção ao conjunto de fortificações que impediram o avanço das tropas napoleônicas sob Lisboa. Por ser um filme de guerra podemos pensar que o clima do filme é pesado, porém, o filme sempre culmina em alguma cena de descontração ou de comemoração e a mensagem final é de esperança. Olhar além-mar volta a uma história que julgamos considerar, mas aqui já teima em se afastar.
Forte de São Vicente, Torres Vedras (Dica de viagem com Tertúlia)
|
TRAILER
Nenhum comentário:
Postar um comentário