Cine Tertúlia desejando um feliz natal para a galeris! |
"Então é Natal...",
sinceramente sempre odiei essa frase! "Que seja feliz quem souber o que é
o bem..." Mano, vai se ferrar hein! Desejar felicidade somente para aqueles que
possuem uma perspectiva de moral semelhante a sua? Se é a paz que a música
deseja, ela não conseguiu concluir seu objetivo, porque aqui só tem gente com
ódio! Vamos "tertuliar" então, pois mesmo com raiva ou com amor, esse dia ele irá acontecer, é hoje, no dia 25... E uma coisa que nós do
Cine Tertúlia nunca fazemos, deixar a vida acontecer sem INSANIDADES, então lá
vai mais uma! SEGURA!
Muito ódio por aqui rapá! |
+ Tertúlia Análise: Cinema Natalino
Para início de papo acho legal
falarmos acerca da construção ocidental do Papai Noel, sim meu amigo ele não
existe! Muitos alegam que ele foi inspirado em São Nicolau, um arcebispo que
costumava ajudar pessoas mais pobres. Mas outros afirmam que na Grécia Antiga, no
dia de São Basílio, era comum a troca de presentes entre as pessoas. Assim se a
origem do "bom velhinho" é algo agitado a versão moderna dele é
totalmente comercial. Ou como diria a jornalista britânica Katharine Whitehorn,
"do ponto de vista comercial, se o Natal não existisse seria preciso
inventá-lo". E é nesse momento que entra a gigante do capitalismo mundial,
a Coca-Cola, que, já no século XIX, realizou uma linda propaganda natalina de
seu produto, como? Criando um Papai Noel como um velhinho gordo e feliz de
vermelho, "COMUNISMO!!!", não meu querido Tertuliano, o vermelho em
questão é a cor da própria marca, atualmente a maior produtora de refrigerantes
do mundo. Por curiosidade, você já viu alguma propaganda da Pepsi (a principal
concorrente da Coca-Cola) sobre Natal? Simplesmente não existe, pois o Natal é algo totalmente Coca-Cola! E não é à toa que o refrigerante Dolly
tenha um Papai Noel verde...
MAIS RESPEITO PELO "DOLLY" AGORA HEIN...
D. W. Griffith |
E cinema então, como um grande
veículo difusor de pensamentos pelo mundo, aderiu esse aspecto comercial que só o
Natal poderia proporcionar de maneira perfeita! Logo em 1909, o famoso diretor D. W. Griffith - que no futuro faria o polêmico "O Nascimento de uma Nação" (The
Birth of a Nation, 1915) - faz o vídeo, de apenas 15 minutos, chamado "Uma Armadilha para Papai Noel"
(A Trap for Santa Claus, 1909), mostrando um lado triste da sociedade
americana, antes de um Estados Unidos como potência mundial, apresentando uma
família com um pai desempregado e que bebe para esquecer os seus problemas,
deixando sua família para trás. Seus filhos decidem montar uma armadilha para o
Papai Noel na véspera de Natal. Vemos portanto que está jogada a semente, que dura até
hoje no cinema, mesmo se sua vida tiver uma merda, o Natal está ai para renovar
esperança, mesmo que você precise armar pra cima do velhinho vermelho!
Poster de "Duas Semanas de Prazer" |
A indústria cinematográfica
percebeu que o Natal poderia arrecadar muito "amor" para o bolso
deles, logo na década de 1940, no pós-guerra, a necessidade de gerar esperança
naquela sociedade era de extrema importância. De tal modo surgem filmes como
"Duas Semanas de Prazer" (Holiday Inn, 1942) de Mark Sandrich, filme
que marca nosso natal até hoje pois foi dele que surgiu a música "White
Christmas", de Irving Berlin e tem Bing Crosby cantando e Fred Astaire
dançando, mais espetáculo que isso não existe; ou como "Um Anjo Caiu doCéu" (The Bishop's Wife, 1947) de HenryKoster, exaltando a instituição da família e da Igreja; e para cagar mesmo na
gente chega o famoso "De Ilusão Também Se Vive" (Miracle on 34th Street, 1947) de George Seaton,
afirmando que existe mesmo o Papai Noel!
Episódio de "Bob Esponja". |
Tem até a BIZARRA premissa de
"Uma História de Natal" (A Christmas Story, 1983) de Bob Clark em que
temos um criança que quer de todo jeito um espingarda de presente de Natal.
VIVA O TEXAS! E assim na década de 1980 diversos filmes sobre a temática, como
"Santa Claus - A Verdadeira História de Papai Noel" (Santa Claus,
1985) de Jeannot Szwarc, que eu não sei o que tem de "verdadeira", que expõe uma crítica a intensa
comercialização do Natal reafirmando o "verdadeiro" espírito de Natal; também
surge o filme "Férias Frustradas" (Vacation, 1983) de Harold Ramis,
eu particularmente nunca gostei desse filme, mas só que muita gente gostou e os
produtores decidiram colocar o louco personagem de Chevy Chase em um clima mais
natalino, dai nasceu "Férias Frustradas de Natal" (Christmas Vacation,
1989) de Jeremiah S. Chechik.
Poster de "Esqueceram de Mim" |
E deste modo chegamos a mítica
década de 1990 e como não mencionar o nunca enjoativo "Esqueceram de Mim"
(Home Alone, 1990) de Chris Columbus, pois o Natal também é feito com muita
confusão; temos o "Adoráveis Mulheres" (Little Women, 1994) de
Gillian Armstrong, mostrando que é possível o espírito natalino mesmo se você
está numa Guerra Civil; a refilmagem de
"De Ilusão Também Se Vive" como "Milagre da Rua 34" (Miracle
on 34th Street, 1994) de Les Mayfield; o "Meu Papai é Noel" (The
Santa Clause, 1994) de John Pasquin, mostrando que todos podem ter o espírito
natalino; e o "Um Herói de Brinquedo" (Jingle All the Way, 1996) de Brian Levant com Arnold Schwarzenegger fazendo de tudo para garantir o brinquedo de
seu filho... BONS TEMPOS! Nos anos 2000 temos logo de início dois filmes para
afirmar o Natal: "Um Homem de Família" (The Family Man, 2000) de Brett Ratner e "O Grinch" (How the Grinch Stole the Christmas, 2000) de Ron Howard. Temos as comédias com premissas bizarras como "Um Duende em Nova York" (Elf, 2002) de Jon Favreau e "Papai Noel às Avessas" (Bad
Santa, 2003) de Terry Zwigoffe.
Alegria para alguns... Tristeza para outros! |
Mas nem todos gostam tanto assim
do Natal, como no evento da queima do boneco de Papai Noel por crianças
francesas, em 1951, reação geral contra a americanização dos costumes, rendendo
até um livro "O suplício do Papai Noel" do antropólogo Claude Lévi-Strauss, discutindo as dimensões culturais ocultas do Natal e da figura do
bom velhinho. E assim o cinema mais uma vez mostra vida ao sair dos clichês,
apresentando novas perspectivas sobre o Natal, como o tenso "Gangues do Gueto" (R X'mas, 2001) de Abel Ferrara ou um "Duro de Matar" (Die
Hard, 1988) de John McTiernan, sim esses dois filmes se passam no Natal! Se
quiser continuar temos o clássico "Gremlins" (1984) de Joe Dante com
suas lindas criaturinhas e as estranhas histórias natalinas de Tim Burton em
"Edward Mãos de Tesoura" (Edward Scissorhands, 1990) do próprio
Burton e o mais estranha ainda em "O Estranho Mundo de Jack" (The
Nightmare Before Christmas, 1993) de Henry Selick. Se estiver afim de um role mais
tenso ainda temos um "Problemas Femininos" (Female Trouble, 1974) de
John Waters, mesmo diretor do grotesco "Pink Flamingos" (1972); o
filme "O Dia da Besta" (El Día de la Bestia, 1995) do sempre BIZARRO ÁlexDe La Iglesia, apresentando uma possível vinda do Anti Cristo no dia 25 de Dezembro; o "Uma Noite de Fúria"
(Santa's Slay, 2005) de David Steiman, que mesmo tendo uma premissa sensacional o
decorrer da história não lança muita coisa nova. Nessas horas podemos ir até
com o clássico do terror "Brinquedo Assassino" (Child’s Play, 1988)
de Tom Holland, já que se passa na época do Natal. E assim temos o clássico
"A Felicidade Não Se Compra" (It's a Wonderful Life, 1946) de Frank Capra, que trata de um assunto tenso como o suicídio; os dramas "Lado a Lado" (Stepmom, 1998) de Chris Columbus para mostrar que o amor é possível para
todos no Natal; "Um Conto de Natal" (Un Conte de Noël, 2008) de Arnaud Desplechin, com dramas familiares; "Feliz Natal" (2008) de Selton Mello, mais dramas familiares; e o também "Feliz Natal" (Joyeux Noël,
2005) de Christian Carion, mas aqui o drama é a 2ª Guerra Mundial.
Agora pensa só de como seriam os
roteiros natalinos de cinema se não fosse Charles Dickens e sua história "A Christmas Carol" (ou "Um Conto de Natal"), muitos filmes não
existiriam tais como: "O Adorável Avarento" (Scrooge,
1970) de Ronald Neame; "O Conto de Natal do Mickey" (Mickey's
Christmas Carol, 1983) de Burny Mattinson; "Os Fantasmas Contra-atacam"
(Scrooged, 1988) de Richard Donner; "O Conto de Natal dos Muppets" (The
Muppet Christmas Carol, 1992) de Brian Henson, filho do criador dos Muppets;
"Um Conto de Natal" (Christmas Carol: The Movie, 2001) de Jimmy T. Murakami; "Os Fantasmas de Scrooge" (A Christmas Carol, 2009) de Robert Zemeckis e a adaptação romântica "Minhas Adoráveis Ex-Namoradas" (Ghosts
of Girlfriends Past, 2009) de Mark Waters. Mostrando como comédias românticas
também podem ser muito próximas da temática do bom velhinho. Tais como "Enquanto Você Dormia" (While You Were Sleeping, 1995) de Jon Turteltaub, "O Diário de Bridget Jones" (Bridget Jones's Diary, 2001) de Sharon Maguire,
"Simplesmente Amor" (Love Actually, 2003) de Richard Curtis
(considerado por muitos o melhor filme sobre Natal que existe!) e "O Amor Não Tira Férias" (The Holiday, 2006) de Nancy Meyers.
Todos se passando na época de Natal.
Fucking style in christmas |
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