quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Tertúlia Indica: "Enigma de Outro Mundo" (The Thing, 1982) de John Carpenter


Direção:  John Carpenter
Roteiro: Bill Lancaster
Elenco: Kurt Russell, Keith David

   Muitos filmes de ficção científica exploram a questão do estar preso não só com o monstro, a criatura, mas com o monstro dentro de nós. Baseado no filme de 1951, O Monstro do Ártico de Christian Nyby, Enigma de Outro Mundo apesar de nos indicar quem é o inimigo o filme deixa a sensação que não existe um só.

Nada a esquerda, nada a direita

   Em uma estação de pesquisa na Antártica durante o inverno, toda a equipe está presa no período mais inóspito do continente. Entregues a solidão, ao isolamento, a um mundo desconectado do mundo, há uma simulação do real para que eles não fiquem loucos. Apesar de sabermos que tem algo errado, pois o problema é apresentado desde o início do filme, o diretor demora um pouco em mostrar o Enigma para apresentar os personagens e ir construindo o mistério. Quando finalmente a criatura é apresentada cria uma tensão: em quem podemos confiar? Ali o filme se separa em dois pontos: mostrar o monstro, mas também o lado psicológico dos integrantes da estação de pesquisa. Isolados e desconectados do mundo, eles esbarram com coisas sem explicação, eles se veem entregues a caminhar no escuro e tentar encontrar uma saída daquela situação que eles nunca enfrentaram. Encontrar uma saída dessa situação caminha pelo extremo e o filme questiona a barreira do humano, e naquela terra de ninguém, quem pode culpa-los por se entregar a insanidade? Quais são os limites quando a única coisa que importa é sobreviver?


     Apesar da ciência ser mostrada no filme ela é tratada superficialmente. O primeiro filme gravado em uma época pós-atômica carregava uma crítica aos cientistas que não pensavam na consequência de seus atos, de suas pesquisas. No filme está questão aparece, porém é substituído pela questão da descoberta do novo. O cientista é tratado como o louco, um mensageiro de más notícias e é afastado do grupo. Ali, naquela fronteira do mundo, na fronteira da ciência, eles se deparam com o desconhecido, eles desbravam aquele mundo, mas então eles percebem que a luta em controlar aquele ambiente e seus próprios medos foi perdida.


Essas 2 cenas já valem todo o filme

     Além disso temos Kurt Russell mais uma vez atacando de "Cara Durão" e salvando o dia e os incríveis efeitos/maquiagem de Rob Bottin que trabalhou em Robocop 1, 2 e 3 (1987, 1990, 1993) e O Vingador do Futuro (1990).

KILL IT WITH FIRE!

    Se você ama cachorros não veja esse filme, mas se você curte algo sangrento e bizarro este é o filme para você ver comendo macarrão com bastante molho de tomate!

Nunca confie em cachorros na Antártica!

TRAILER LEGENDADO (CC)
clique aqui

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Um comentário:

  1. Caraca... esse filme é INSANO! Sempre fiquei com um pé atrás por achar que o roteiro era batido (mas é claro! tanto filme com uma pira assim).. Mas esse é genial, grande Carpenter.. sempre mandando bem na história e na trilha sonora... O filme consegue criar uma tensão FUDIDA unindo o suspense da história com a trilha sonora do Carpenter... Mas dois pontos me conquistaram no filme: A questão de quem é o seu inimigo? Cara... Ninguém sabe! E o outro foi a pira tentarem matar o inimigo com fogo no Antártica (???) essa contradição achei muito foda! Akele final em que a temperatura vai diminuir, mas o grande Kurt "Badass" Russel quer tocar é fogo no role! GENIAL!

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