quinta-feira, 17 de setembro de 2015

TertúliaView: 2019 - O ano da extinção (Daybreakers, 2010) de Michael Spierig e Peter Spierig

O que custa colocar os nomes do pôster embaixo do ator certo?

Direção: Michael Spierig e Peter Spierig
Roteiro: Michael Spierig e Peter Spierig
Elenco: Ethan Hawke, Willem Dafoe e Sam Neill

   O cinema nos seus 100 e poucos anos sempre usou de metáforas para poder de certas coisas complicadas. Alienígenas, robôs, zumbis, parasitas, foi sempre um jeito mais fácil de falar de problemas que  eram mais reais e tinham um rostinho mais humanos. Os alienígenas invasores da década de 1950 estavam muito ligados ao contexto da Guerra Fria e o perigo representado pela União Soviética para os EUA. Assim como robôs e zumbis muitas vezes eram usados como um meio de falar da questão da humanidade, o que nós faz humanos, quais os rumos que nossa sociedade tomou no último século. Em 2019 os vampiros são utilizados para mostrar um ambiente chocante, a humanidade a beira da extinção.
   No ano de 2019 o vampiro surge como possibilidade de superarmos nossa humanidade, principalmente, nossa mortalidade. O ser vampiro gira muito em torno desta questão, a morte e sua superação através da condição vampiresca (?). Mas, apesar deles tomarem sangue e terem caninos grandinhos (aqui o vampiro é bem clássico), eles ainda refletem a sociedade humana, pois, antes de tudo os diretores são humanos. Apesar da extinção do ser humano ser iminente e, com isso, acabaria a fonte de alimento dos vampiros, a empresa que comercializa e distribui sangue para todo essa população deixa muito claro que irá até a última gota. Com isso eles buscam um substituto artificial.

Capitalismo!

   Apesar do mundo estar mergulhado no caos a necessidade de lucro ainda movimenta a ambição de uma elite que, mesmo com o substituto do sangue vai ter acesso ao seres humanos de verdade. Semelhante ideia está nas ditaduras, reais ou fictícias, em que a classe política vira uma elite que tem acesso a produtos que a população em geral não tem acesso. Além disso, a necessidade do substituto era ainda mais urgente pois a abstinência de sangue reduzia os vampiros a um estado animalesco. A barbaridade dessa situação se chocava com a aparente civilidade que os vampiros queiram manter. Sendo a maioria no mundo, eles não espreitam becos e assassinam a sangue frio sua vítima, mas compram seu sangue industrializado como um café qualquer.

O Exército Vampiro pronto para capturar humanos e vampiros animalizados,
é só trocar por polícia e negros que deixa de ser ficção!

  
Blade? Undeworld?

Venha para lado negro da força, nos temos café com sangue!

   São vampiros, mas é uma metáfora muito escancarada, afinal, o quanto as empresas controlam as nossas vidas no mundo real (?), ditando aquilo que devemos comer e vestir. A barbaridade que se construiu sempre foi do diferente, do excluído, do marginalizado. E assim é o personagem principal. Ele não quer um substituto, mas ele quer uma cura. Encarnando o cientista, o intelectual, ele é diferente por ter aceitando a condição humana, mesmo imperfeita, e querendo retornar a ela. Em certo momento ele encontra o seu oposto dele, o espiritualista, e ele guia ele sobre esta cura.

Razão e Emoção

Quantas coisas fizemos por essa tal de civilização?

TRAILER!
clique aqui
Um grande agradecimento a nosso quase colaborador Minhon que ajudou na elaboração desse TertúliaView!

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