Direção: Jennifer Kent
Roteiro: Jennifer Kent
Elenco: Essie Davis, Noah Wiseman
Quero começar esse TertúliaView falando que estou decepcionado, mas, ao mesmo tempo surpreso. Quando o trailer de The Babadook começou a rodar pela internet acho que todos imaginavam que estavamos prestes a ver uma obra-prima do medo, que iriamos borrar as calças de tão assustador que o filme parecia. Bem, o filme no fim não é tão assustador, mas é uma ótima surpresa em um gênero que carece de bons filmes nos últimos anos.
A primeira coisa que veio a minha cabeça durante o filme era que seria um história de bicho papão. Amélia é uma mãe solteira e vive sozinha com seu filho único Samuel, um menino problemático. Desde o início do filme ela aparece com um ar de cansada, despedaçada, talvez até depressiva, tendo que aguentar a rotina do trabalho e aguentar o comportamento agressivo e histérico de Samuel e seu medo de monstros na hora de dormir. Aos poucos vamos descobrindo sobre a figura do pai e como isso afeta Amélia e sua relação com seu filho.
Lendo histórias para que Samuel consiga dormir um dia ela descobre na estante o livro Senhor Babadook e se depara com uma história assustadora, de um senhor que assusta as crianças e quer de certa forma quer domina-las, entrar dentro da criança.
Um ruído surdo seguido de 3 batidas fortes
ba-ba-ba DOOK! DOOK! DOOK!
ba-ba-ba DOOK! DOOK! DOOK!
É nessa altura que saberás que ele está por perto
Tu irás vê-lo, se olhares
Assustada Amélia rasga o livro e o joga fora, porém misteriosamente o livro é devolvido em sua porta todo colado e agora o alvo não é mais uma criança.
A partir desse momento Amélia começa a se despedaçar interiormente: Samuel é expulso da escola , machuca sua prima e sua Irmã entra em confronto com ela, entra no porão com as coisas de seu pai e Amélia entra em conflito com seu próprio passado, sua própria perda, o luto que ela ainda não conseguiu superar, e além de tudo isso Amélia começa a questionar sua própria sanidade, seu papel como mãe ao ter que lidar com os medos reais do filho, uma desordem psicológica, e irreais, os monstros, Babadook, e protege-lo, porém como proteger ele de você mesma?
Aqui estava minha decepção e a minha surpresa. Apesar de Babadook ser quase ausente no filme e quando aparece é na penumbra, no ambiente noturno, escuro, pesado, de uma casa vazia e mórbida, o foco do filme fica na relação entre a mãe e o filho, este instinto materno de lidar com nosso próprios monstros e o filho de superar seus medos. Este último aspecto me trás uma sensação misturada entre gostar e não gostar, pela expectativa e pelo que foi dado. Mas, apesar disso, o filme nós dá uma boa história com boas atuações tanto de Essie Davis, Amélia, mostrando a coplexidade de alguém que está passando por um momento difícil de sua vida a muito tempo, quanto de Noah Wiseman, Samuel, que mostra uma criança inteligente, intuitiva e forte.
Babadook, o senhor ou monstro, é construído baseado em vários aspectos que podem vir de vários lugares: Bicho-Papão, Gabinete do Dr. Caligari, Nosferatu.
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